Todos foram para os quartos, passei a noite na praia, Bella me chamou, mas eu preferiria dar mais privacidade á eles.
Entrei na água, observei o amanhecer e fui tomar banho, eles ainda estavam nos quartos, depois fui andar pela floresta, sentei e encostei-me a um troco de árvore, fechei os olhos para aproveitar aquele ambiente mágico; sentir o cheiro das flores, da terra, da água salgada, ouvir o som dos pássaros, dos animais, de uma pequena queda d’água, de passos...
Eu abri os olhos, era Alice e Rosálie.
-Bom dia! – eu disse a elas
-Bom dia! – elas me cumprimentaram com ótimo humor
-A noite de vocês foi boa? – eu dei uma risadinha, elas sorriram envergonhadas.
Meu humor diminuiu, Tia Rose se sentou – claro, que ela colocou um pano ou toalha no chão antes - ao meu lado.
-Tudo bem, querida – ela acariciou meu braço
-Mais ou menos... Eu estava pensando... Querendo morar em São Paulo. - eu olhei para ambas.
Elas fizeram cara de desentendida.
-Você quer que agente more em São Paulo? – perguntou Rosálie
-Não!- Eu sacudi a cabeça – Apenas eu.
Elas se assustaram um pouco.
-Bem, por mim tudo bem, você já é bem adulta. – ela passou a mão nos meus cabelos.
-E você Alice? – eu olhei para ela em pé na minha frente.
-Hum... Você é mais madura que eu mesma, – ela revirou os olhos – mas não sou o problema, você sabe quem! – respondeu Alice
-Meus pais. –admiti
Nos levantamos e fomos para casa, Emmet, Carlisle e Esme estavam na sala de jantar ( que nunca usaram, na verdade já, mas apenas para mim.)
- Ótimo! Os mais importantes não estão aqui. – eu disse
-Assim, eu me ofendo – disse Carlisle
-Não foi isso que eu quis dizer... – fui a sua direção eu o abracei, ele riu.
-O que você quer? – perguntou Carlisle.
Eu olhei para Tia Alice e Tia Rosálie procurando ajuda, mas elas não falaram nada.
-Eu... Eu quero morar em São Paulo. - eu disse apreensiva
-O que? – perguntou Carlisle, eu me afastei um pouco para ver a reação deles.
-Ela quer morar sozinha. – respondeu Rosálie.
-O que vocês acham? – eu perguntei aos três.
-Mas... Talvez seja muito perigoso... – antes de ele terminar a frase eu procurei alguma coisa pela sala, peguei a faca que estava na mesa e a torci até que sua parte de metal ficasse mínima. Ele sorri – Ok. Mas você terá que ligar sempre! – ele sorriu, seus olhos transportando ternura.
-Ah... Pode deixar! Renesmee não é como seu outro filho, que não sabe dar informação pelo celular. – eu ri, pois ela falava do meu pai – Ela vai ligar todos os dias e se não ligar, eu ligo e se eu “ver” que ela não vai atender a minha ligação eu... – ela falava rapidamente ( como sempre )
- Tudo bem, Alice, já entendemos – eu a interrompi e a - dei um beijo na bochecha. - E você vó, o que acha? – eu olhava para Esme ao lado de Carlisle
- Vamos sentir muitas saudades... – ela ficou um pouco triste.
-Ai, não fala isso, pode ter certeza que eu vou sentir muito mais... – eu fiz cara de triste e a abracei.
Mas ainda faltava Emmet.
-E você Tio? – eu olhei para ele, ainda abraçada a Esme.
-Vou sentir falta de brigar com você pelo controle da TV. – eu ri e também o abracei.
-Agora faltam meus pais. – um calafrio passou pelo meu corpo – Ah! Também o Tio Jasper, cadê ele? – eu procurei pela sala
- Ele deveria estar aqui. –Alice disse curiosa.
-Talvez ele esteja com Edward e Bella. – respondeu Esme
-É... – respondeu Alice duvidando
Procuramos pelos meus pais, Alice e Rosálie junto comigo. Estavam na praia, Jasper também.
Eles pararam de conversar quando nos aproximamos.
-Olá. – eu disse
-Bom dia, amor. – disse Bella com um beijo.
Não queria intermediarias e fui logo ao assunto.
- Eu... – fiquei nervosa – Eu quero morar em São Paulo! –disse á eles
Eles me olharam surpresos, Jazz foi ficar com Alice.
“Você sabia disso?” – ele perguntou baixinho á ela.
Ela apenas sorriu e acenou a cabeça.
- E então? – eu esperei
- Morar... Sozinha? – perguntou Edward
-É, pai... Eu já sou adulta, você mesmo me disse para ter minhas próprias aventuras, seguir meus sonhos... Não disse? – eu o lembrei
-Sim... Mas por que você não pode ter essas aventuras e sonhos perto da gente? – ele não iria ceder
- Não dá... Eu quero morar sozinha e 1000Km é pouco para nossa família.- eu respondi
-Não sei querida. É muito perigo. – ele disse
-Por que perigoso? Eu nunca corri perigo algum! Por que você sempre esquece que eu sou tão indestrutível quanto você? – eu disse indignada.
-Você está engana ou já se esqueceu de quando os Volturi foram atrás de você? – mamãe ficou triste, ela odiava aquele assunto.
Meu humor desapareceu, minha vontade de morar sozinha estava sumindo. Foi quando Alice interrompeu:
-Eu vou com ela! – ela ofereceu
-O quê? – perguntou Edward
-É isso mesmo que você ouviu, eu vou junto com ela, já que segurança é o problema, eu fico com ela e se algo a estiver ameaçando, nós voltamos imediatamente para casa. – ela disse rápida e límpida
- Mas você não pode “ver” muito bem o futuro dela! – meu pai ainda não queria ceder.
- Posso sim! Ela estará muito longe de Jacob e se algo a estiver ameaçando também irá me afetar, assim minhas visões ficaram mais limpas. – pude perceber que Jasper apertou um pouco seu braço ao redor dela.
- Tem certeza, Alice? Eu posso ir com ela. – disse Bella.
- Mas é claro que você não vai sozinha, se você for eu irei junto. – disse Edward á Bella.
-Exatamente por isso! Vocês são os pais dela, não darão a liberdade que ela quer! – ela disse a meus pais.
- Mas e você Alice, quero dizer, e o Jasper?- eu perguntei á ela
- Ele sabe que não será pra sempre, é por pouco tempo, ele vai se acostumar. - ela se virou para ele e acariciou seu rosto. - Pense que é mais uma viajem de compras! – os olhos de Alice estavam tristes
- Mas mesmo assim, não será menos doloroso. – Jasper respondeu.
-Alice... – eu não estava me sentindo bem, privando ela da minha família, já bastasse eu mesma. – Eu não quero que você sofra comigo, que fique longe também da nossa família... – estava quase implorando
-Mas se eu não for Nessie, seu pai não vai deixar você ir! – ela me respondeu.
Eu fuzilei meu pai com os olhos.
“Viu o que você está fazendo?! Agora Alice vai ficar longe da nossa família!” - eu pensei
“Então não vá! Eu não quero que você corra nenhum perigo, meu amor, não a nada mais seguro do que ficar conosco.”- meu pai respondeu
“Mas como eu posso viver, sem correr risco? Pai, já esta na hora de tomar meu próprio rumo, seguir a minha jornada. Não será pra sempre! Mas apenas até eu cursar uma faculdade ou apenas estudar em uma escola, ficar mais ou menos um ano...”
“Tudo bem, nada fará você mudar de idéia mesmo, ta ai, uma coisa que você tem igualzinha a sua mãe”
Eu ri
“Então Alice não precisa ir?” – eu pensei animada
“Não, ela vai!” – ele ficou serio- “Eu deixo você ir, mas se eu não posso estar com você, pelo menos um de seus tios esteja...”
Eu fiquei brava, mas fui abraçá-lo, ele apenas me amava muito e queria que eu estivesse em segurança.
Alice e Jasper não se desgrudaram o dia todo, eu e minha mãe também, ficamos conversando sobre todo o tipo de assunto; Rosálie e Emmet foram nadar; Carlisle, Esme e Edward estavam dentro de casa falando sobre os possíveis perigos em São Paulo, tentando lembrar se algum vampiro morava lá.
Os quinze dias que se passaram na ilha foram um dos mais divertidos e tranqüilos que já tive. Caçamos três vezes, meu pai só encontrou o leão na última, sempre fazíamos aquela aposta - do maior animal- também ganharam meu pai e Carlisle. Emmet disse que da próxima vez ele seria o primeiro a ganhar e que pegaria o urso da ilha, Carlisle disse que também tinha trazido, mas acho que ele estava brincando.
Ao voltar para casa eu ficava cada vez mais ansiosa para ver Jacob, estava morrendo de saudades, não tinha ligado para ele nenhuma vez, ele achou que seria melhor assim.
Ele tinha voltado para Forks enquanto estávamos fora, mas eu sabia, sentia que ele estava me esperando em casa naquele momento.
Estávamos na porta da casa de Carlisle, meus tios descarregando as malas e colocando para dentro. Alice se aproximou...
-Quando vamos? – com um tom de animação
-Eu não sei... Será em breve, mas preciso contar ao Jake... – eu disse insegura.
-Claro. – Alice entrou em casa, suave como uma pluma.
Estava escuro em Quilcene talvez mais do que eu lembrava, as noites na ilha eram claras.
O carro parou, estávamos em casa, meu pai ia abrir a garagem.
-Eu vou entrando... – e sai do carro.
Minha saudade não podia esperar nem ao menos o abrir automático da garagem.
Corri para frente de casa, abri a porta, ele estava sentado no sofá vendo TV, de costas para mim.
Eu me aproximei, nem lembrei de fechar a porta e o abracei por trás, ele me puxou para o sofá e eu cai em seu colo. Nos beijamos com a mesma intensidade que estava nossa saudade.
Senti a presença de meus pais, logo me afastei dele e sentei ao seu lado, mas não largava sua mão.
- Oi, Jake! – Bella se aproximou e deu um beijo em seu rosto.
Meu pai apenas acenou.
-Oi, gente. – Jacob respondeu com educação
- Já vamos! – eu disse aos meus pais e puxava Jake para cima.
- Nem vai jantar? – perguntou minha mãe preocupa.
-Nossa, se eu comer mais engordo! – eu ri e levei Jake pra meu quarto.
Ele se sentou na minha cama, eu liguei o radio como costume e sentei ao lado dele.
-Você está inquieta! – ele pegou minha mão.
-Eu... Eu já tomei minha decisão. - sua mão parou na minha, a outra mexia no meu cabelo.
-E... – ele acariciou meu rosto.
- Vou morar em São Paulo. – eu disse trêmula.
Ele olhou nos meus olhos, surpreso.
-São Paulo? No... no Brasil?- ele não estava entendendo ou não queria entender
-É. – eu concordei.
-Morar com quem? – ele me encarava
-Na verdade seria somente eu, porem, Alice vai ficar comigo, mas há farei mudar de idéia! – eu disse confiante
-Por quanto tempo? – era mais um interrogatório
- Hum... Não sei exatamente, mas acho que um ano ou menos.
-Nossa! Um ano. – ele não acreditava, eu passei minha mão pelos seus cabelos negros.
-Não se preocupe sempre que puder eu venho pra cá e não se esqueça que temos a eternidade. – eu brinquei
-Hum... Talvez eu tenha uma meia-eternidade, mas... O que você vai fica fazendo lá?– ele perguntou curioso
-Estudando, né! Seu bobo! – eu puxei um pouco seu cabelo
-Claro... – ele semicerrou os olhos
-Mas que tal deixar essa conversa de lado e aproveitar o tempo perdido? – eu propus á ele, tentando seduzi-lo
- Pera... pera! Quando você vai?
- Amanhã! – eu disse sem pensar, não quero esperar muito, pois era aprovável que mudasse de idéia.
-Amanhã?! – ele disse surpreso.
-É... Por isso quero aproveitar nosso tempo... – não esperei que ele desse nem mais uma palavra e o beijei.
O empurrei para cama e ele deitou de costas, eu subi em cima dele para ficar mais confortável. Nossos beijos ficavam cada vez mais calorosos, nossas mãos subindo e descendo no corpo um do outro.
Ele tirou minha blusa, eu tirei a dele, rasguei na verdade. Passei minhas mãos em seu abdômen esculpido, naquele corpo moreno e quente.
Ele entrelaçou a mão em meu cabelo, nós rolamos para o lado, ele pressionando levemente seu corpo seminu contra o meu, ele afastou seu rosto para me olhar.
-Eu te amo, sabia? – eu disse a ele
-Eu te amo... – ele disse com completa paixão – Tem certeza? – ele me perguntou
-Sim. – eu disse consciente das minhas atitudes.
Eu e Jacob nos conhecemos desde sempre, passamos a namorar á oito anos, nos amávamos.
Sempre chegávamos apenas às preliminares, mas naquele momento,
tudo era mágico, uma mistura de saudade, com certezas e paixão juntas.
Eu estava pronta, ele também, não havia mais ninguém no mundo em que eu queria me entregar desse jeito a não ser á ele.
Minha mente e corpo estavam prontos para aquele momento, o momento em que Jacob seria realmente e completamente meu.
Ele voltou a me beijar apaixonadamente. Mas parou.
-E seus pais? – ele perguntou ansioso.
-Eles saíram, não os ouço lá em baixo, acho que queriam dar privacidade agente. – eu sorri, não podia ter mais sorte.
Ele passou a ponta de sua língua em meus lábios semi-abertos, desceu até meu pescoço, depois subiu e beijou minha mandíbula, senti um arrepio.
Depois beijou meu ombro, minha barriga, voltou novamente a minha boca.
No momento decisivo, quando nossas roupas já haviam sido todas rasgadas, senti um pouco de medo em machucá-lo, mas ele me fez sentir tão segura e confiante em mim mesma, que meus medos sumiram de imediato. Ficar nua na frente de Jacob, não foi tão difícil quanto eu imaginava, na verdade, tudo me pareceu muito natural.
Jacob me pareceu tão experiente e confiante que duvidei se realmente seria a sua primeira vez. Talvez pelas milhares de vezes que ele tenha imaginado nós dois exatamente do jeito que estávamos, ele já esteja acostumado e preparado.
Minha vida não se resumiu á esse momento, mas foi um dos melhores da minha vida. Jake tão próximo de mim, quase como um só, nossos corpos na mesma temperatura e intensidade. Não pensei no depois, na parte: saudade daquilo que estávamos fazendo, algo recém descoberto, mas que ficarei muito tempo sem ter novamente. Uma mistura de sensações...
Amor. Sedução. Paixão. Sensualidade. Tudo no mesmo ambiente.
Mágico. Prazeroso. Confortante.
Nossos corpos rolavam um por cima do outro por quase a noite toda.
Eu não pararia tão rápido, mas ele infelizmente tinha necessidades humanas.
Eu estava alinhada a ele, minha cabeça em seu peito, ele dormindo tranquilamente, satisfeito talvez cansado.
Minha janela estava aberta e os raios de sol, tocaram minha pele e a dele.
A diferença era grande, minha pele delicada e branquinha, quase translúcida e a pele dele rude, morena. Nossas diferenças não eram apenas visuais, além de nossos sangues serem incompatíveis, a raça transmorfo e vampiro ainda existia dentro de nós.
Porém nada nos impediu de termos nosso momento de ontem.
Eu me levantei devagar, minha calça jeans e meu sutiã estavam rasgados, me envergonhei pela nossa pressa.
Fui ao meu closet e peguei o primeiro vestido que vi (um verde-água), vesti outras peças intimas e o coloquei. Olhei mais uma vez ao Jake, desmaiado na minha cama e dei uma risada suave.
Passei de relance pelo meu grande espelho e vi um tufo em meus longos cabelos.
-Droga! – eu reclamei
Procurei minha escova na mala e tentei desfazer os nós.
Fui para o andar de baixo, desci os degraus com tanta leveza e graça, que estranhei. Olhei pra o espelho ao lado da escada. Meu rosto estava alegre, um pouco rosado, meus olhos mais claros, um chocolate claro, minha pele mais impecável que nunca. Eu estava feliz!
Ouvi passos na cozinha, eram meus pais. Eu me aproximei e sentei na bancada. Os observando.
-Como foi sua noite? – minha mãe me perguntou com um tom de malicia.
-Não podia ser melhor! – eu afirmei
Ela riu, meu pai continuava serio.
-O que foi pai? Você não queria? – eu perguntei preocupada
-Querer, na verdade não. Não gosto de pensar na minha filha ficando com aquele cachorro, mas... – ele suspirou – se é ele que você quer eu não posso fazer nada! – ele admitiu
-Ah. Mas você sabia que... – eu excitei - você sabe o que. Você poderia ter impedido. - eu disse a ele, descendo da bancada
- Sua mãe... – ele olhou para ela, ela deu os ombros – Ela disse que vocês precisavam de um momento a sós. E que se eu realmente te amasse, te deixaria com ele... Foi jogo sujo. – ele admitiu novamente, minha mãe sorriu.
Bella se aproximou de mim e me abraçou.
-E sei que você vai sentir saudade, tanto quanto sentiremos sentir de você. E acho que você adorou a noite passada... – ela piscou.
-Claro. -eu a abracei - Obrigada. – eu fui à direção do meu pai e nos abraçamos.
Minha mãe se afastou.
-Ah! Sua tia Alice queria confirmar tudo com você.
-Confirmar, o que? – eu estava confusa
-Sobre a viagem de hoje! – eu senti um súbito calafrio passar pelo meu corpo, eu tive que me apoiar na bancada. - Ela teve uma visão ontem à noite! – minha mãe sorriu
-Se você não quiser, não vá! Ah tempo, Nessie. Não precisa ter pressa! – meu pai me censurou.
-Eu tenho medo de desistir. – eu cruzei meus braços e encostei-me à bancada
Eles não falaram mais nada.
O certo e errado querendo me tomar de novo, eu não podia deixar.
-Vamos ver Alice! – eu estava indo na direção da porta.
-Não será necessário, seus tios estão aqui, quero dizer, lá fora! – Bella me avisou, eu sorri.
Meus quatro tios, lindos e indestrutíveis estavam lá, conversando tranquilamente em pé na frente de casa.
-Oi, Nessie! – Alice veio em minha direção e lançou seus pequenos braços ao meu redor e se afastou me parecendo envergonhada, eu não sabia o motivo.
-Oi, Alice! – eu respondi
-Fiquei sabendo que entrou pro time, Nessie! – Emmet disse com pura malicia e empolgação.
-Time? – eu me concentrei na mente de meu tio, mas antes que eu conseguisse ouvir alguma coisa, Bella interrompeu.
-Ele está falando da noite passada! – minha mãe disse atrás de mim.
-Ah... – pude sentir o pouco de sangue subir para meu rosto, estava provavelmente corada com meus tios sabendo da minha vida amorosa.
Rosálie esmurrou o braço de Emmet.
-Pare com isso! Vai deixar a menina envergonhada. – ela brigou com ele
-Não, tudo bem, Tia. Mas... Como vocês ficaram sabendo?
Tive medo da resposta, medo de que Alice tenha visto tudo... NÃO!
Ela não pode ver Jacob ou quem esteja ao seu lado, me aliviei, nunca gostei tanto por ela não poder vê-lo.
-Seus pais! –exclamou Alice – Bella disse que você iria se despedir dele, com uma grande... despedida!
Ufa! Eu respirei fundo. Aspirei o cheiro da terra, das petúnias e margaridas perto da porta, do doce aroma de meus tios, cada um com um cheiro próprio, mas todos com um toque adocicado. Me senti confortável.
- Mas acho que quem mais vai sofrer agora em diante vai ser seu pai! – disse Jasper – Posso sentir que ele está um pouco frustrado. – ele riu, eu olhei para meu pai.
Ele iria ver nos pensamentos de Jacob ou nos meus próprios as pecaminosas imagens de ontem a noite?! Que vergonha...
-E também não tem como não se notar. – Emmet tampouco o nariz com as mãos.
–Você está cheirando a cachorro de cima a baixo. -Rosálie fez cara de nojo.
Eu ri.
-OK! – eu precisava mudar de assunto – Alice, você queira falar comigo? – eu me virei a ela.
- Sim, sim! – ela balançou a cabeça – Que horas vamos?
Senti uma coisa estranha na barriga, um friozinho.
-Eu não faço a mínima idéia. Provavelmente à noite! Pelo menos não precisamos desfazer a mala. – eu sorri
-Na verdade, Alice fez mais uma. – Edward revirou os olhos. Alice mostrou a língua pra ele.
-Claro! Não vou ficar duas semanas fora, vou ficar quase um ano, é muita coisa! – ela esclareceu a meu pai.
Subitamente olhei pra Jasper, que não demonstrava nada pelo seu rosto, mas não a seus pensamentos, me concentrei:
“Não posso nem imaginar ficar longe de Alice... Mas o tempo pass-” – ele encontrou meu olhar. ”– Não se sinta culpada, Nessie, a culpa não é sua, você não pediu para ela ir. Nós só queremos o melhor pra você!” – ele deu um sorri singelo.
Eu acenei com a cabeça. Aquilo só me fez se sentir pior.
-Então à noite, agente se vê! – Alice pegou a minha mão
-Claro. – quando ela se virou não podia deixar de perguntar. - E você e Jasper, já tiveram sua grande despedida? – eu perguntei com um leve tom de malicia.
-Ah, daqui a pouco! – ela fechou os olhos e sorriu despreocupada.
-Ai! Muita informação! – eu balancei a cabeça, me arrependendo da pergunta.
Emmet gargalhou, logo sumiram floresta adentro.
-Vocês também vão? – eu me virei para falar com meus pais.
Bella olhou para Edward.
- Sim. – minha mãe me deu um beijo na testa e correu para a floresta.
- Nos vemos lá. – meu pai me disse e logo desapareceu também.
Estava sozinha... Olhei para o segundo andar da casa e lembrei-me de Jake. Não tão sozinha.
Estiquei meus braços e entrei.
Subi e peguei uma roupa – uma bata rosa mesclada com uma skini - fui tomar banho. Sequei e penteei meu cabelo, no quarto. Depois subi na cama devagar e fiquei olhando para ele.
O lençol apenas cobrindo seu quadril para baixo. Não resisti e beijei seu rosto.
-Nessie... – ele sussurrou sorrindo, ainda de olhos fechados.
Eu sorri.
-Sim... –respondi.
Ele me agarrou e me beijou, teria levado um susto se não soubesse que ele estava fingindo que dormia. Nós rimos. Eu bati nele de leve.
Ele deitou e cruzou os braços a cima da cabeça.
-Como foi sua noite? – eu perguntei, passando meus dedos pelo seu abdômen.
- Você ainda pergunta? – ele se apoiou em um cotovelo.
-Claro! – eu pisquei pra ele.
-Hum... Não foi bom. –Eu me assustei, meus dedos pararam. – Por que foi inacreditável, não podia estar mais feliz. – ele abriu seu enorme e perfeito sorriso
Eu o beijei, nossos lábios se movendo apaixonadamente. Ele me puxou para cima dele.
-Jake! – eu o censurei.
-O que? – ele perguntou cinicamente
Eu o censurei com os olhos. E fiquei de pé.
-Vá por uma roupa! – eu ordenei.
Ele sentou na cama, pegou seu short rasgado e mostrou pra mim.
-Vestir o que? – ele perguntou, fiquei envergonhada, com a minha súbita violência com suas roupas.
Ele se levantou e foi até mim. Fiquei o máximo vermelha possível, sua nudez me deixava encabulada. Mesmo já tendo visto cada centímetro de seu corpo.
-O que foi, não gosta? – ele disse travesso.
-Você sabe que sim! – eu respondi – Mas... Aí, Jacob para com isso! Vai pegar a roupa do meu pai ou alguma que você tiver aqui! – eu fiquei de costas pra ele.
-Claro. – ele me abraçou e deu um beijo no meu rosto.
O ouvi saindo do quarto, aproveitei pra arrumar a cama e recolher as peças de roupas do chão, coloquei as inteiras pra lavar e joguei os trapos fora.
Ele voltou com uma calça jeans e uma blusa xadrez azul do meu pai.
Ele me mostrou a camisa e torceu o nariz.
- Mas que saco, bem hoje que eu não trouxe nenhuma roupa comigo! – ele reclamou, eu me aproximei
-Hum... Talvez eu possa melhorar. – eu o abracei me apertando contra a camisa, tentando fazer meu cheiro ficar mais forte que o do meu pai.
Ele sorriu
- Um pouco melhor!
Eu o segurei pelo pescoço, minhas mãos em sua nuca. Ele me abraçou.
- Você realmente vai amanhã? – seu olhar completamente triste
-Por favor! – eu implorei – Não me faça mudar de idéia! – eu fechei os olhos e me afundei em seu peito.
-Desculpe. – ele acariciou meus cabelos.
Eu queria tanto ir, eu quero tanto ir. Mas hoje, exatamente hoje, não faz nem 10 horas que eu e Jacob evoluímos um passo tão grande de um relacionamento.
Talvez amanhã? Por que não amanhã? Não preciso ter pressa.
Eu preciso pesquisar primeiro, saber onde vou estudar, onde vou morar. Acho melhor amanhã. Dar um tempo para uma melhor despedida a Alice e a mim mesma. Amanhã.
- Tudo bem... – eu sussurrei contra seu peito. – Eu irei amanhã! –levantei minha cabeça pra ver sua expressão, feliz.
Esperei ele tomar banho e fomos para a casa de Carlisle.
Entrei na água, observei o amanhecer e fui tomar banho, eles ainda estavam nos quartos, depois fui andar pela floresta, sentei e encostei-me a um troco de árvore, fechei os olhos para aproveitar aquele ambiente mágico; sentir o cheiro das flores, da terra, da água salgada, ouvir o som dos pássaros, dos animais, de uma pequena queda d’água, de passos...
Eu abri os olhos, era Alice e Rosálie.
-Bom dia! – eu disse a elas
-Bom dia! – elas me cumprimentaram com ótimo humor
-A noite de vocês foi boa? – eu dei uma risadinha, elas sorriram envergonhadas.
Meu humor diminuiu, Tia Rose se sentou – claro, que ela colocou um pano ou toalha no chão antes - ao meu lado.
-Tudo bem, querida – ela acariciou meu braço
-Mais ou menos... Eu estava pensando... Querendo morar em São Paulo. - eu olhei para ambas.
Elas fizeram cara de desentendida.
-Você quer que agente more em São Paulo? – perguntou Rosálie
-Não!- Eu sacudi a cabeça – Apenas eu.
Elas se assustaram um pouco.
-Bem, por mim tudo bem, você já é bem adulta. – ela passou a mão nos meus cabelos.
-E você Alice? – eu olhei para ela em pé na minha frente.
-Hum... Você é mais madura que eu mesma, – ela revirou os olhos – mas não sou o problema, você sabe quem! – respondeu Alice
-Meus pais. –admiti
Nos levantamos e fomos para casa, Emmet, Carlisle e Esme estavam na sala de jantar ( que nunca usaram, na verdade já, mas apenas para mim.)
- Ótimo! Os mais importantes não estão aqui. – eu disse
-Assim, eu me ofendo – disse Carlisle
-Não foi isso que eu quis dizer... – fui a sua direção eu o abracei, ele riu.
-O que você quer? – perguntou Carlisle.
Eu olhei para Tia Alice e Tia Rosálie procurando ajuda, mas elas não falaram nada.
-Eu... Eu quero morar em São Paulo. - eu disse apreensiva
-O que? – perguntou Carlisle, eu me afastei um pouco para ver a reação deles.
-Ela quer morar sozinha. – respondeu Rosálie.
-O que vocês acham? – eu perguntei aos três.
-Mas... Talvez seja muito perigoso... – antes de ele terminar a frase eu procurei alguma coisa pela sala, peguei a faca que estava na mesa e a torci até que sua parte de metal ficasse mínima. Ele sorri – Ok. Mas você terá que ligar sempre! – ele sorriu, seus olhos transportando ternura.
-Ah... Pode deixar! Renesmee não é como seu outro filho, que não sabe dar informação pelo celular. – eu ri, pois ela falava do meu pai – Ela vai ligar todos os dias e se não ligar, eu ligo e se eu “ver” que ela não vai atender a minha ligação eu... – ela falava rapidamente ( como sempre )
- Tudo bem, Alice, já entendemos – eu a interrompi e a - dei um beijo na bochecha. - E você vó, o que acha? – eu olhava para Esme ao lado de Carlisle
- Vamos sentir muitas saudades... – ela ficou um pouco triste.
-Ai, não fala isso, pode ter certeza que eu vou sentir muito mais... – eu fiz cara de triste e a abracei.
Mas ainda faltava Emmet.
-E você Tio? – eu olhei para ele, ainda abraçada a Esme.
-Vou sentir falta de brigar com você pelo controle da TV. – eu ri e também o abracei.
-Agora faltam meus pais. – um calafrio passou pelo meu corpo – Ah! Também o Tio Jasper, cadê ele? – eu procurei pela sala
- Ele deveria estar aqui. –Alice disse curiosa.
-Talvez ele esteja com Edward e Bella. – respondeu Esme
-É... – respondeu Alice duvidando
Procuramos pelos meus pais, Alice e Rosálie junto comigo. Estavam na praia, Jasper também.
Eles pararam de conversar quando nos aproximamos.
-Olá. – eu disse
-Bom dia, amor. – disse Bella com um beijo.
Não queria intermediarias e fui logo ao assunto.
- Eu... – fiquei nervosa – Eu quero morar em São Paulo! –disse á eles
Eles me olharam surpresos, Jazz foi ficar com Alice.
“Você sabia disso?” – ele perguntou baixinho á ela.
Ela apenas sorriu e acenou a cabeça.
- E então? – eu esperei
- Morar... Sozinha? – perguntou Edward
-É, pai... Eu já sou adulta, você mesmo me disse para ter minhas próprias aventuras, seguir meus sonhos... Não disse? – eu o lembrei
-Sim... Mas por que você não pode ter essas aventuras e sonhos perto da gente? – ele não iria ceder
- Não dá... Eu quero morar sozinha e 1000Km é pouco para nossa família.- eu respondi
-Não sei querida. É muito perigo. – ele disse
-Por que perigoso? Eu nunca corri perigo algum! Por que você sempre esquece que eu sou tão indestrutível quanto você? – eu disse indignada.
-Você está engana ou já se esqueceu de quando os Volturi foram atrás de você? – mamãe ficou triste, ela odiava aquele assunto.
Meu humor desapareceu, minha vontade de morar sozinha estava sumindo. Foi quando Alice interrompeu:
-Eu vou com ela! – ela ofereceu
-O quê? – perguntou Edward
-É isso mesmo que você ouviu, eu vou junto com ela, já que segurança é o problema, eu fico com ela e se algo a estiver ameaçando, nós voltamos imediatamente para casa. – ela disse rápida e límpida
- Mas você não pode “ver” muito bem o futuro dela! – meu pai ainda não queria ceder.
- Posso sim! Ela estará muito longe de Jacob e se algo a estiver ameaçando também irá me afetar, assim minhas visões ficaram mais limpas. – pude perceber que Jasper apertou um pouco seu braço ao redor dela.
- Tem certeza, Alice? Eu posso ir com ela. – disse Bella.
- Mas é claro que você não vai sozinha, se você for eu irei junto. – disse Edward á Bella.
-Exatamente por isso! Vocês são os pais dela, não darão a liberdade que ela quer! – ela disse a meus pais.
- Mas e você Alice, quero dizer, e o Jasper?- eu perguntei á ela
- Ele sabe que não será pra sempre, é por pouco tempo, ele vai se acostumar. - ela se virou para ele e acariciou seu rosto. - Pense que é mais uma viajem de compras! – os olhos de Alice estavam tristes
- Mas mesmo assim, não será menos doloroso. – Jasper respondeu.
-Alice... – eu não estava me sentindo bem, privando ela da minha família, já bastasse eu mesma. – Eu não quero que você sofra comigo, que fique longe também da nossa família... – estava quase implorando
-Mas se eu não for Nessie, seu pai não vai deixar você ir! – ela me respondeu.
Eu fuzilei meu pai com os olhos.
“Viu o que você está fazendo?! Agora Alice vai ficar longe da nossa família!” - eu pensei
“Então não vá! Eu não quero que você corra nenhum perigo, meu amor, não a nada mais seguro do que ficar conosco.”- meu pai respondeu
“Mas como eu posso viver, sem correr risco? Pai, já esta na hora de tomar meu próprio rumo, seguir a minha jornada. Não será pra sempre! Mas apenas até eu cursar uma faculdade ou apenas estudar em uma escola, ficar mais ou menos um ano...”
“Tudo bem, nada fará você mudar de idéia mesmo, ta ai, uma coisa que você tem igualzinha a sua mãe”
Eu ri
“Então Alice não precisa ir?” – eu pensei animada
“Não, ela vai!” – ele ficou serio- “Eu deixo você ir, mas se eu não posso estar com você, pelo menos um de seus tios esteja...”
Eu fiquei brava, mas fui abraçá-lo, ele apenas me amava muito e queria que eu estivesse em segurança.
Alice e Jasper não se desgrudaram o dia todo, eu e minha mãe também, ficamos conversando sobre todo o tipo de assunto; Rosálie e Emmet foram nadar; Carlisle, Esme e Edward estavam dentro de casa falando sobre os possíveis perigos em São Paulo, tentando lembrar se algum vampiro morava lá.
Os quinze dias que se passaram na ilha foram um dos mais divertidos e tranqüilos que já tive. Caçamos três vezes, meu pai só encontrou o leão na última, sempre fazíamos aquela aposta - do maior animal- também ganharam meu pai e Carlisle. Emmet disse que da próxima vez ele seria o primeiro a ganhar e que pegaria o urso da ilha, Carlisle disse que também tinha trazido, mas acho que ele estava brincando.
Ao voltar para casa eu ficava cada vez mais ansiosa para ver Jacob, estava morrendo de saudades, não tinha ligado para ele nenhuma vez, ele achou que seria melhor assim.
Ele tinha voltado para Forks enquanto estávamos fora, mas eu sabia, sentia que ele estava me esperando em casa naquele momento.
Estávamos na porta da casa de Carlisle, meus tios descarregando as malas e colocando para dentro. Alice se aproximou...
-Quando vamos? – com um tom de animação
-Eu não sei... Será em breve, mas preciso contar ao Jake... – eu disse insegura.
-Claro. – Alice entrou em casa, suave como uma pluma.
Estava escuro em Quilcene talvez mais do que eu lembrava, as noites na ilha eram claras.
O carro parou, estávamos em casa, meu pai ia abrir a garagem.
-Eu vou entrando... – e sai do carro.
Minha saudade não podia esperar nem ao menos o abrir automático da garagem.
Corri para frente de casa, abri a porta, ele estava sentado no sofá vendo TV, de costas para mim.
Eu me aproximei, nem lembrei de fechar a porta e o abracei por trás, ele me puxou para o sofá e eu cai em seu colo. Nos beijamos com a mesma intensidade que estava nossa saudade.
Senti a presença de meus pais, logo me afastei dele e sentei ao seu lado, mas não largava sua mão.
- Oi, Jake! – Bella se aproximou e deu um beijo em seu rosto.
Meu pai apenas acenou.
-Oi, gente. – Jacob respondeu com educação
- Já vamos! – eu disse aos meus pais e puxava Jake para cima.
- Nem vai jantar? – perguntou minha mãe preocupa.
-Nossa, se eu comer mais engordo! – eu ri e levei Jake pra meu quarto.
Ele se sentou na minha cama, eu liguei o radio como costume e sentei ao lado dele.
-Você está inquieta! – ele pegou minha mão.
-Eu... Eu já tomei minha decisão. - sua mão parou na minha, a outra mexia no meu cabelo.
-E... – ele acariciou meu rosto.
- Vou morar em São Paulo. – eu disse trêmula.
Ele olhou nos meus olhos, surpreso.
-São Paulo? No... no Brasil?- ele não estava entendendo ou não queria entender
-É. – eu concordei.
-Morar com quem? – ele me encarava
-Na verdade seria somente eu, porem, Alice vai ficar comigo, mas há farei mudar de idéia! – eu disse confiante
-Por quanto tempo? – era mais um interrogatório
- Hum... Não sei exatamente, mas acho que um ano ou menos.
-Nossa! Um ano. – ele não acreditava, eu passei minha mão pelos seus cabelos negros.
-Não se preocupe sempre que puder eu venho pra cá e não se esqueça que temos a eternidade. – eu brinquei
-Hum... Talvez eu tenha uma meia-eternidade, mas... O que você vai fica fazendo lá?– ele perguntou curioso
-Estudando, né! Seu bobo! – eu puxei um pouco seu cabelo
-Claro... – ele semicerrou os olhos
-Mas que tal deixar essa conversa de lado e aproveitar o tempo perdido? – eu propus á ele, tentando seduzi-lo
- Pera... pera! Quando você vai?
- Amanhã! – eu disse sem pensar, não quero esperar muito, pois era aprovável que mudasse de idéia.
-Amanhã?! – ele disse surpreso.
-É... Por isso quero aproveitar nosso tempo... – não esperei que ele desse nem mais uma palavra e o beijei.
O empurrei para cama e ele deitou de costas, eu subi em cima dele para ficar mais confortável. Nossos beijos ficavam cada vez mais calorosos, nossas mãos subindo e descendo no corpo um do outro.
Ele tirou minha blusa, eu tirei a dele, rasguei na verdade. Passei minhas mãos em seu abdômen esculpido, naquele corpo moreno e quente.
Ele entrelaçou a mão em meu cabelo, nós rolamos para o lado, ele pressionando levemente seu corpo seminu contra o meu, ele afastou seu rosto para me olhar.
-Eu te amo, sabia? – eu disse a ele
-Eu te amo... – ele disse com completa paixão – Tem certeza? – ele me perguntou
-Sim. – eu disse consciente das minhas atitudes.
Eu e Jacob nos conhecemos desde sempre, passamos a namorar á oito anos, nos amávamos.
Sempre chegávamos apenas às preliminares, mas naquele momento,
tudo era mágico, uma mistura de saudade, com certezas e paixão juntas.
Eu estava pronta, ele também, não havia mais ninguém no mundo em que eu queria me entregar desse jeito a não ser á ele.
Minha mente e corpo estavam prontos para aquele momento, o momento em que Jacob seria realmente e completamente meu.
Ele voltou a me beijar apaixonadamente. Mas parou.
-E seus pais? – ele perguntou ansioso.
-Eles saíram, não os ouço lá em baixo, acho que queriam dar privacidade agente. – eu sorri, não podia ter mais sorte.
Ele passou a ponta de sua língua em meus lábios semi-abertos, desceu até meu pescoço, depois subiu e beijou minha mandíbula, senti um arrepio.
Depois beijou meu ombro, minha barriga, voltou novamente a minha boca.
No momento decisivo, quando nossas roupas já haviam sido todas rasgadas, senti um pouco de medo em machucá-lo, mas ele me fez sentir tão segura e confiante em mim mesma, que meus medos sumiram de imediato. Ficar nua na frente de Jacob, não foi tão difícil quanto eu imaginava, na verdade, tudo me pareceu muito natural.
Jacob me pareceu tão experiente e confiante que duvidei se realmente seria a sua primeira vez. Talvez pelas milhares de vezes que ele tenha imaginado nós dois exatamente do jeito que estávamos, ele já esteja acostumado e preparado.
Minha vida não se resumiu á esse momento, mas foi um dos melhores da minha vida. Jake tão próximo de mim, quase como um só, nossos corpos na mesma temperatura e intensidade. Não pensei no depois, na parte: saudade daquilo que estávamos fazendo, algo recém descoberto, mas que ficarei muito tempo sem ter novamente. Uma mistura de sensações...
Amor. Sedução. Paixão. Sensualidade. Tudo no mesmo ambiente.
Mágico. Prazeroso. Confortante.
Nossos corpos rolavam um por cima do outro por quase a noite toda.
Eu não pararia tão rápido, mas ele infelizmente tinha necessidades humanas.
Eu estava alinhada a ele, minha cabeça em seu peito, ele dormindo tranquilamente, satisfeito talvez cansado.
Minha janela estava aberta e os raios de sol, tocaram minha pele e a dele.
A diferença era grande, minha pele delicada e branquinha, quase translúcida e a pele dele rude, morena. Nossas diferenças não eram apenas visuais, além de nossos sangues serem incompatíveis, a raça transmorfo e vampiro ainda existia dentro de nós.
Porém nada nos impediu de termos nosso momento de ontem.
Eu me levantei devagar, minha calça jeans e meu sutiã estavam rasgados, me envergonhei pela nossa pressa.
Fui ao meu closet e peguei o primeiro vestido que vi (um verde-água), vesti outras peças intimas e o coloquei. Olhei mais uma vez ao Jake, desmaiado na minha cama e dei uma risada suave.
Passei de relance pelo meu grande espelho e vi um tufo em meus longos cabelos.
-Droga! – eu reclamei
Procurei minha escova na mala e tentei desfazer os nós.
Fui para o andar de baixo, desci os degraus com tanta leveza e graça, que estranhei. Olhei pra o espelho ao lado da escada. Meu rosto estava alegre, um pouco rosado, meus olhos mais claros, um chocolate claro, minha pele mais impecável que nunca. Eu estava feliz!
Ouvi passos na cozinha, eram meus pais. Eu me aproximei e sentei na bancada. Os observando.
-Como foi sua noite? – minha mãe me perguntou com um tom de malicia.
-Não podia ser melhor! – eu afirmei
Ela riu, meu pai continuava serio.
-O que foi pai? Você não queria? – eu perguntei preocupada
-Querer, na verdade não. Não gosto de pensar na minha filha ficando com aquele cachorro, mas... – ele suspirou – se é ele que você quer eu não posso fazer nada! – ele admitiu
-Ah. Mas você sabia que... – eu excitei - você sabe o que. Você poderia ter impedido. - eu disse a ele, descendo da bancada
- Sua mãe... – ele olhou para ela, ela deu os ombros – Ela disse que vocês precisavam de um momento a sós. E que se eu realmente te amasse, te deixaria com ele... Foi jogo sujo. – ele admitiu novamente, minha mãe sorriu.
Bella se aproximou de mim e me abraçou.
-E sei que você vai sentir saudade, tanto quanto sentiremos sentir de você. E acho que você adorou a noite passada... – ela piscou.
-Claro. -eu a abracei - Obrigada. – eu fui à direção do meu pai e nos abraçamos.
Minha mãe se afastou.
-Ah! Sua tia Alice queria confirmar tudo com você.
-Confirmar, o que? – eu estava confusa
-Sobre a viagem de hoje! – eu senti um súbito calafrio passar pelo meu corpo, eu tive que me apoiar na bancada. - Ela teve uma visão ontem à noite! – minha mãe sorriu
-Se você não quiser, não vá! Ah tempo, Nessie. Não precisa ter pressa! – meu pai me censurou.
-Eu tenho medo de desistir. – eu cruzei meus braços e encostei-me à bancada
Eles não falaram mais nada.
O certo e errado querendo me tomar de novo, eu não podia deixar.
-Vamos ver Alice! – eu estava indo na direção da porta.
-Não será necessário, seus tios estão aqui, quero dizer, lá fora! – Bella me avisou, eu sorri.
Meus quatro tios, lindos e indestrutíveis estavam lá, conversando tranquilamente em pé na frente de casa.
-Oi, Nessie! – Alice veio em minha direção e lançou seus pequenos braços ao meu redor e se afastou me parecendo envergonhada, eu não sabia o motivo.
-Oi, Alice! – eu respondi
-Fiquei sabendo que entrou pro time, Nessie! – Emmet disse com pura malicia e empolgação.
-Time? – eu me concentrei na mente de meu tio, mas antes que eu conseguisse ouvir alguma coisa, Bella interrompeu.
-Ele está falando da noite passada! – minha mãe disse atrás de mim.
-Ah... – pude sentir o pouco de sangue subir para meu rosto, estava provavelmente corada com meus tios sabendo da minha vida amorosa.
Rosálie esmurrou o braço de Emmet.
-Pare com isso! Vai deixar a menina envergonhada. – ela brigou com ele
-Não, tudo bem, Tia. Mas... Como vocês ficaram sabendo?
Tive medo da resposta, medo de que Alice tenha visto tudo... NÃO!
Ela não pode ver Jacob ou quem esteja ao seu lado, me aliviei, nunca gostei tanto por ela não poder vê-lo.
-Seus pais! –exclamou Alice – Bella disse que você iria se despedir dele, com uma grande... despedida!
Ufa! Eu respirei fundo. Aspirei o cheiro da terra, das petúnias e margaridas perto da porta, do doce aroma de meus tios, cada um com um cheiro próprio, mas todos com um toque adocicado. Me senti confortável.
- Mas acho que quem mais vai sofrer agora em diante vai ser seu pai! – disse Jasper – Posso sentir que ele está um pouco frustrado. – ele riu, eu olhei para meu pai.
Ele iria ver nos pensamentos de Jacob ou nos meus próprios as pecaminosas imagens de ontem a noite?! Que vergonha...
-E também não tem como não se notar. – Emmet tampouco o nariz com as mãos.
–Você está cheirando a cachorro de cima a baixo. -Rosálie fez cara de nojo.
Eu ri.
-OK! – eu precisava mudar de assunto – Alice, você queira falar comigo? – eu me virei a ela.
- Sim, sim! – ela balançou a cabeça – Que horas vamos?
Senti uma coisa estranha na barriga, um friozinho.
-Eu não faço a mínima idéia. Provavelmente à noite! Pelo menos não precisamos desfazer a mala. – eu sorri
-Na verdade, Alice fez mais uma. – Edward revirou os olhos. Alice mostrou a língua pra ele.
-Claro! Não vou ficar duas semanas fora, vou ficar quase um ano, é muita coisa! – ela esclareceu a meu pai.
Subitamente olhei pra Jasper, que não demonstrava nada pelo seu rosto, mas não a seus pensamentos, me concentrei:
“Não posso nem imaginar ficar longe de Alice... Mas o tempo pass-” – ele encontrou meu olhar. ”– Não se sinta culpada, Nessie, a culpa não é sua, você não pediu para ela ir. Nós só queremos o melhor pra você!” – ele deu um sorri singelo.
Eu acenei com a cabeça. Aquilo só me fez se sentir pior.
-Então à noite, agente se vê! – Alice pegou a minha mão
-Claro. – quando ela se virou não podia deixar de perguntar. - E você e Jasper, já tiveram sua grande despedida? – eu perguntei com um leve tom de malicia.
-Ah, daqui a pouco! – ela fechou os olhos e sorriu despreocupada.
-Ai! Muita informação! – eu balancei a cabeça, me arrependendo da pergunta.
Emmet gargalhou, logo sumiram floresta adentro.
-Vocês também vão? – eu me virei para falar com meus pais.
Bella olhou para Edward.
- Sim. – minha mãe me deu um beijo na testa e correu para a floresta.
- Nos vemos lá. – meu pai me disse e logo desapareceu também.
Estava sozinha... Olhei para o segundo andar da casa e lembrei-me de Jake. Não tão sozinha.
Estiquei meus braços e entrei.
Subi e peguei uma roupa – uma bata rosa mesclada com uma skini - fui tomar banho. Sequei e penteei meu cabelo, no quarto. Depois subi na cama devagar e fiquei olhando para ele.
O lençol apenas cobrindo seu quadril para baixo. Não resisti e beijei seu rosto.
-Nessie... – ele sussurrou sorrindo, ainda de olhos fechados.
Eu sorri.
-Sim... –respondi.
Ele me agarrou e me beijou, teria levado um susto se não soubesse que ele estava fingindo que dormia. Nós rimos. Eu bati nele de leve.
Ele deitou e cruzou os braços a cima da cabeça.
-Como foi sua noite? – eu perguntei, passando meus dedos pelo seu abdômen.
- Você ainda pergunta? – ele se apoiou em um cotovelo.
-Claro! – eu pisquei pra ele.
-Hum... Não foi bom. –Eu me assustei, meus dedos pararam. – Por que foi inacreditável, não podia estar mais feliz. – ele abriu seu enorme e perfeito sorriso
Eu o beijei, nossos lábios se movendo apaixonadamente. Ele me puxou para cima dele.
-Jake! – eu o censurei.
-O que? – ele perguntou cinicamente
Eu o censurei com os olhos. E fiquei de pé.
-Vá por uma roupa! – eu ordenei.
Ele sentou na cama, pegou seu short rasgado e mostrou pra mim.
-Vestir o que? – ele perguntou, fiquei envergonhada, com a minha súbita violência com suas roupas.
Ele se levantou e foi até mim. Fiquei o máximo vermelha possível, sua nudez me deixava encabulada. Mesmo já tendo visto cada centímetro de seu corpo.
-O que foi, não gosta? – ele disse travesso.
-Você sabe que sim! – eu respondi – Mas... Aí, Jacob para com isso! Vai pegar a roupa do meu pai ou alguma que você tiver aqui! – eu fiquei de costas pra ele.
-Claro. – ele me abraçou e deu um beijo no meu rosto.
O ouvi saindo do quarto, aproveitei pra arrumar a cama e recolher as peças de roupas do chão, coloquei as inteiras pra lavar e joguei os trapos fora.
Ele voltou com uma calça jeans e uma blusa xadrez azul do meu pai.
Ele me mostrou a camisa e torceu o nariz.
- Mas que saco, bem hoje que eu não trouxe nenhuma roupa comigo! – ele reclamou, eu me aproximei
-Hum... Talvez eu possa melhorar. – eu o abracei me apertando contra a camisa, tentando fazer meu cheiro ficar mais forte que o do meu pai.
Ele sorriu
- Um pouco melhor!
Eu o segurei pelo pescoço, minhas mãos em sua nuca. Ele me abraçou.
- Você realmente vai amanhã? – seu olhar completamente triste
-Por favor! – eu implorei – Não me faça mudar de idéia! – eu fechei os olhos e me afundei em seu peito.
-Desculpe. – ele acariciou meus cabelos.
Eu queria tanto ir, eu quero tanto ir. Mas hoje, exatamente hoje, não faz nem 10 horas que eu e Jacob evoluímos um passo tão grande de um relacionamento.
Talvez amanhã? Por que não amanhã? Não preciso ter pressa.
Eu preciso pesquisar primeiro, saber onde vou estudar, onde vou morar. Acho melhor amanhã. Dar um tempo para uma melhor despedida a Alice e a mim mesma. Amanhã.
- Tudo bem... – eu sussurrei contra seu peito. – Eu irei amanhã! –levantei minha cabeça pra ver sua expressão, feliz.
Esperei ele tomar banho e fomos para a casa de Carlisle.