-Você quer? – ele me
ofereceu.
-Hum... Não sei, eu
experimentei uma vez, mas não me agradou muito. – fiz uma careta.
-Experimente de novo.
Tudo muda, sempre tem alguma coisa diferente. – ele sorriu e foi comprar –
Algum sabor em especial?
- Tanto faz. – eu dei
de ombros e peguei meu celular.
Quando ia discar os
números, Mike me entregou um sorvete de chocolate.
-Aposto que faz esse
passeio com todas as outras... – brinquei.
-Claro. Mas geralmente
elas gostam quando ofereço o sorvete. – nós rimos.
Eu levei a passinha de
madeira lentamente á boca, senti minha língua ficar gelada, refrescando minha
boca, podia separar cada ingrediente adicionado ao sorvete, juntando tudo, não
era muito ruim.
-E aí? – ele analisava
minha expressão.
-Ah, mais ou menos...
– eu comi mais um pouco.
-Eu estava curioso...
Será que poderia sentir o gosto do sorvete como você sente, pela sua
habilidade? Pois pra mim não tem gosto de nada.
-Não sei, será
possível? Quer tentar... – eu ofereci minha mão, ele a tocou.
E mostrei tudo que
havia sentido ao tomar o sorvete.
-E... – eu esperei
-Hum... Foi fraco, mas
senti um gosto doce e gelado, era como uma lembrança, longínquo.
- É mais ou menos
isso... Não sei explicar. Meu avô já me explicou varias vezes... Você poderia
conhecê-lo um dia. – eu pensei animada com uma possível aproximação do Mike á
minha família.
-Eu adoraria...
Quando terminei de
tomar o sorvete, meu telefone tocou e eu finalmente consegui atender.
-Jake! – eu disse
eufórica.
-Nessie, o que
aconteceu? Você falou que ia ligar e... – sua voz preocupada.
Olhei pro Mike, ele
sorriu e se afastou... Eu andei até onde não tinha ninguém, debaixo de uma
grande árvore.
-É que hoje foi um dia
cheio e não deu tempo... Desculpe. – eu expliquei, tentando manter minha voz o
mais normal possível.
-Ai amor, você me
preocupou. Então está tudo bem? – podia ouvir sua respiração voltar ao normal.
-Sim... Estou querendo
falar com você desde ontem. Você está em La Push ? – queria dar um oi pra minha família.
-Não, estou perto de
Quilcene, tem algo estranho acontecendo... – sua voz um pouco rouca, séria.
-Como assim? – eu me
assustei.
-Não sei explicar, não
temos muitas informações, apenas sabemos que alguma coisa errada está acontecendo pela Europa, alguma coisa envolvendo uns vampiros, mas estamos
preocupados e... Achamos melhor você voltar.
Meu coração deu um
batimento em falso, fiquei sem ar por um instante...
-Eu não posso
deixá-los agora. – eu disse em um tom elevado – A situação está tão grave
assim?
Ele respirou
profundamente duas vezes.
-Ainda não, mas... Você
não quer voltar? Aproveitar a oportunidade e... – ele estava meio melancólico.
Eu suspirei, meus
olhos começaram á arder, a vontade de atravessar o oceano e abraçá-lo, de não
deixá-lo nunca mais triste, chateado comigo aumentando.
-Jake... - eu ofeguei
– Eu te amo mais que tudo, mas não quero deixar nesse momento Paris, a Bia, o
M- eu parei, não poderia falar pra ele sobre o Mike, pois se dissesse que estou
andando com um vampiro, é bem provável que ele viria pessoalmente me buscar pra
voltar pra casa.
-O que você disse?
- Vamos ver com as
coisas vão ficar, quando souberem o que realmente está havendo e se devemos nos
preocupar... Eu volto pra casa. – disse decidida.
-Tudo bem... Está
divertido aí em Paris? – ele tentava mostrar entusiasmo, eu sorri olhando pro
parque a minha frente.
-Sim, estou em um
parque de diversões agora.
-Faz tempo que não
vamos á um, não é?– ele ainda estava triste.
-É... – meu sorriso
foi sumindo – Jake está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – ele respirou fundo.
-Não se preocupe, minha
pequena Nessie, é apenas essa vontade interminável de querer estar ao seu lado.
– sua voz doce.
-Eu também, às vezes
me sinto tão gelada, como se sem você eu não conseguisse me aquecer...
- Não se esqueça que é
o Sol que tem brilho, calor próprio. Na verdade é sempre você quem me aquece,
eu to quase tão gelado quando sua família. – ele riu sem graça, eu sorri
ouvindo seu riso, mesmo que forçado, e apertei um pouco mais o celular contra a
orelha.
-Mas sem a Lua as
noites seriam pura escuridão, não teria brilho, vida... Precisamos um do
outro... – sussurrei.
-Eu preciso de você
aqui. – ele falou baixinho
-Por favor, não me
peça para voltar, é muito difícil recusar alguma coisa que você me pede. – eu
supliquei
-Ah e você acha que é
mais fácil pra mim? Só pelo fato de você estar falando desse jeitinho triste,
sofrendo, eu me sinto o pior namorado do mundo. – eu achei que ele estive
brincando, mas não estava.
-Desculpe...
-Não se desculpe, eu
que deveria, sei que é difícil pra você ficar longe daqui e eu só fazendo você
se sentir pior... – ele falou nervoso.
- Para! Para de dizer
que você me deixa triste, pois isso não é verdade. Essa discussão irá durar até
que eu volte, então vamos parar por aqui. – eu realmente não queria ficar brava
comigo, muito menos com ele.
-Ok. – ele suspirou
Eu olhei pro Mike,
quando ele encontrou meu olhar, ele desviou envergonhado.
-Jake, vou ter que
desligar. – eu realmente não queria.
-Claro, Nessie. Quando
tiver mais notícias te ligo!
-Ok... Te amo. – senti
um peso no peito.
-Eu também...
Eu olhei para a tecla
vermelha do celular e apertei, sofrendo mentalmente.
Mike se aproximou, eu
guardei o celular.
-Você ouviu alguma
coisa? – perguntei indiferente.
-Não. – ele estava um
pouco preocupado. – Alguma coisa aconteceu?
-Não sei, Jacob disse
que está havendo alguma coisa suspeita, talvez algum vampiro infringindo alguma
regra... – dei de ombros – Você está sabendo de alguma coisa?
-Não. - ele franziu o
cenho – Depois vou pergunta pro Joseph, talvez ele saiba de alguma coisa.
-Ah, por falar nele,
quando é a tal festa?
-Amanhã, por quê?- ele
me olhou curioso. – Você quer ir?
-Hum... Eu estava
curiosa para conhecer a Meredith, a Anne... - omiti apenas a parte de conhecer
a festa, ele ficou sério. – Algo errado?
- Pode não ser uma boa
idéia você conhecer a Meredith.
-Por quê? Eu sei que
ela é meio egocêntrica, tem hábitos alimentares ruins, mas ela é pior que o
Joseph?
-Além dê ter uma
habilidade perigosa, ela possui uma língua afiada, um humor ácido... Talvez
você se ofenda com alguma coisa que ela diga.
- Não precisa se
preocupar... Acho que posso suportá-la. – eu ri, mas ele me olhou preocupado.
“- a Meredith
seria muito capaz de atacá-la, mas eu não vou deixar que encoste um dedo nela.” – ele pensou
-Porque ela me atacaria?
– perguntei abismada
-Um hábito idiota dos
Volturi, sabe? Atacar primeiro, perguntar depois...
Será que ela seria
capaz de querer me matar?
Nós continuamos
andando pelo parque... Ficamos lá ate os brinquedos começarem á fechar.
Quando saímos, ele
pegou meu pulso e com agilidade desamarrou o balão.
-Acho que isso já te
incomodou bastante. – sua voz suave
-O que? Não. Eu quero
ficar com ele! – eu peguei o cordão de volta, ele me observou – Quero guardar
de recordação, gostei muito de passar esse tempo com você. – dei um sorriso
torto
-Eu também. – ele
retribuiu meu sorriso. – Vamos pra minha casa?
-Hum... – eu olhei no
visor do meu celular, já era quase meia-noite. – Acho melhor voltar.
-Ah, que pena. – ele
deu um sorriso meio triste. – Mas... Então você vai comigo amanhã na festa?
-Sim. – eu disse
confiante – Onde vai ser?
-Na minha casa. – ele
disse meio presunçoso.
-Verdade? Nossa, mas
não é uma festa dada pelo Joseph?
-É. – ele franziu o
cenho – Mas ele acha que o meu apartamento é mais bem localizado, na verdade
ele gosta mesmo é de fazer bagunça na casa dos outros. – ele riu
- Entendi. – eu sorri,
não era só impressão o Joseph era realmente folgado. – Mas porque você é amigo
dele? Ele é meio arrogante e têm outros defeitinhos, você é tão diferente
dele...
-Bem... Depois que a
Meredith me transformou nos meus primeiros meses de recém-nascido ela não pode
ficar comigo e o Joseph é um velho amigo dela, ele meio de cuidou de mim. – ele
disse meio envergonhado. – Ele me ensinou tudo nos meus primeiros dias, foi
quem me orientou. Depois fui pra Volterra com a Meredith, mas ele acabou
virando um grande amigo, quando você conhecê-lo melhor verá que ele não é tão
ruim assim... Espero. – ele riu.
-Entendi, é como se
ele fosse seu mentor. – ele concordou – Quantos anos ele tem? Você falou que
era muito velho, mas...
-Hum... – ele pensou –
Mais ou menos 350 anos, se não estou enganado ele nasceu em 1655, não sei muito
bem a história dele, ele nunca quis falar muito sobre isso. – ele mexeu no
cabelo, percebi que aquilo era uma mania, eu ri discretamente.
-Ele tem quase a idade
de meu avô Carlisle... Só alguns anos mais novo.
-Eu acho que me lembro
dos Volturi falando algo sobre a família do Carlisle, sua família. – ele
franziu a testa, eu esperei curiosa. – Alguma coisa sobre mais vampiros terem
se juntado á eles, que estavam ficando mais fortes...
-Acho que foi na época
que minha tia Alice e Jasper se juntaram a família... – era provável.
-Acho que sim, uma
vampira vidente e o outro podia controlar as emoções ou coisa assim. – ele
acrescentou.
-Sim. – concordei.
-Sua família é bem
dotada, hein?! – ele riu- Seus tios, você, não me diga que seus pais também
possuem habilidades? – eu ri.
-Sim, meu pai pode ler
mentes como eu, mas sua habilidade é muito mais forte que a minha e a minha mãe
tem a
capacidade de bloquear ataques não-físicos como se fosse um escudo psíquico ao
seu redor e também ao redor das pessoas que quer proteger... – eu sorri, ele
arregalou os olhos.
-Sério? Não é a toa
que os Volturi tenham tanta inveja dos Cullen. – eu dei de ombros.
Ele me contou como
foram seus primeiros dias em Volterra e algumas das atrocidades cometidas pelos
Volturi enquanto voltávamos para o Hotel.
Ele parou na porta...
-Então ate amanhã á
noite, eu venho te pegar ás nove, ok?
-Tá... E algum traje
em especial?
-Ah, não se preocupe,
qualquer vestido que você use ficará maravilhoso... – ele deu seu sorriso
perfeito.
Eu acenei quando ele
foi embora. Entrei no hotel e fui para o quarto, às garotas não tinham
chegado... Eu fiquei no computador um tempo, depois na TV e fiquei pensando o
que vestiria para a festa, olhei em meu armário e joguei uns vestidos na cama,
os analisei, fiquei em duvida entre um tomara-que-caia preto com uma faixa rosa
na cintura e um outro roxo escuro de gola alta...
Quando as meninas
chegassem perguntaria pra elas qual era o melhor, olhei o horário no
despertador, já passava das duas da manhã, eu dei um bocejo involuntário e
deitei na cama.
Quando fechei os
olhos, ouvi uma agitação no corredor, mas cai no sono antes que elas entrassem
no quarto.
muito legal sua historia pq vc não escreve mais?
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