23 de julho de 2012

19. UMA SEDE DIFERENTE


Eu já fui pra França uma vez quando tinha 13 anos, Jake também foi, pois estávamos namorando e eu não queria me desgrudar dele... Talvez tenha sido minha fase mais rebelde.
Falei com minha mãe e Alice sobre a viagem á França e ambas falaram que quando eu estivesse lá, nós conversaríamos.Imaginar aquelas densas floresta úmidas de Quilcene, aquele ambiente que estava tão familiarizada, me enchendo de saudade.
Essas três semanas foram de provas e testes, nada muito complicado, mas era chato.
A ideia de ir pra França nunca saiu da minha cabeça e eu já tinha avisado a Bia que quando soubesse se realmente iria eu ia mandar o dinheiro pra ela, pra minha passagem e a metade do dela.
Eu me despedi do pessoal da escola, mas todos estavam com clima de festa, não despedida. O meu abraço no Léo foi um pouco mais demorado...
Eu arrumei apenas uma mala pra ir pro Estados Unidos, mesmo que temporariamente.
Peguei a blusa de Jacob e a encostei no rosto, não tinha mais seu cheiro apenas o meu... Eu sorri tristemente, pois logo o - teria pessoalmente.
Quando acabei de arrumar à mala levei para sala.
Eu deixei uma mala na republica pra se quando eu voltasse, já estaria pronta pra a ir á França. Eu ainda tinha roupas em Quilcene, com certeza minhas tias e minha mãe já teriam comprado mais, enquanto eu estava fora.
Que saudade da Rose, do Emmet, de meu pai... Eu suspirei esperançosa.
Logo, logo estarei com eles... Daqui a três horas.- Agente se fala! – Bianca disse enquanto me abraçava.
-Claro, se cuida.Eu acenei para o pessoal da republica e sai.
Era muito nostálgico voltar pra casa, eu olhava pra rua e ficava ansiosa para substituir a paisagem de prédios e cinza por árvores e verde.
No avião meu coração estava pulsando descontrolado no peito...
Quando ele pousou eu queria voar em meus pés e chegar em Quilcene.
Eu poderia ter ligado pra alguém ter vindo me buscar, mas prefiro fazer uma surpresa, bem... Nem tão surpresa já que era provável que Alice já me veja chegar.
Eu peguei um taxi e ele me levou para Quilcene, eu desci do carro, uns 2 km da casa de meu avô. Enquanto eu andava pela estrada e entrava cada vez mais na floresta, naquele lugar que conhecia tão bem, um caminho que seria igual para qualquer humano.
Por um momento achei que estava sonhando, mas uma gota de chuva molhou meu rosto e eu senti que realmente estava ali, em casa...
Avistei meu pai e minha mãe do lado de fora da casa de Carlisle, larguei minha mala e corri na direção deles, para os braços daquelas esculturas perfeitas e indestrutíveis.
Eles se viraram pra mim, eu abracei os dois ao mesmo tempo.
Depois envolvi minha mãe com os braços e a apertei, sabendo que ela não sentiria muita coisa.
-Ai, querida. – ela suspirou.
- Mãe!! – eu apertei mais ainda
Me afastei e olhei pra meu pai, lagrimas já deslizavam pelo meu rosto. Ele me abraçou me tirando do chão...
-Minha filha... Que bom que voltou. – ele falava em meu cabelo.
- Nem acredito que estou de novo com vocês... – eu não queria parar de chorar.
Eu olhei para os dois novamente, os olhos de Bella irritados, super vermelhos - ela estava chorando.
Eu me virei e vi Rosálie com Emmet, eu corri na direção de minha tia, ela teve que dar uns passos para trás por causa do impacto de meu abraço.
-Oi, Nessie... - disse rindo
- Oi, tia.
Eu me virei e abracei meu tio, ele me deu seu imenso abraço de urso, quase quebrando minhas costelas.
Na porta de casa, estava Alice e Jasper.
-ALICE! – eu gritei animada.
Ela abriu seu perfeito sorriso e correu na minha direção, nos abraçamos, depois abracei Jasper.
Eu corri para dentro de casa, da onde vinha o cheiro de Carlisle e Esme, eles estavam indo para fora. Olhei para Esme e parecia que seus olhos brilharam, ela me abraçou carinhosamente e me deu um beijo no rosto, olhei sobre seu ombro e vi Carlisle sorrindo, perfeito, como o irmão mais novo de Zeus. E fui abraçá-lo.
-Bem vinda de volta... - ele disse
Eu peguei a mão dos dois e os levei pra fora, vi os rostos de cara de um de minha família, todos felizes, sorrindo, amando. Do jeito que os tinha deixado.
Mas faltava uma pessoa para minha volta ser completa, uma pessoa que eu estava desesperada por seus beijos e abraços. Quando eu ia perguntar, Alice me falou.
- Eu já o avisei que você virei, ele está vindo pra cá...
Eu concordei com a cabeça, empolgada.
Enquanto o esperava fiquei abraçada á minha mãe, meu pai, Rosálie...
Eles me contaram das novidades, de como foram às coisas por lá, como por exemplo o susto que tiveram quando Alice voltou sozinha, eu fiquei envergonhada por deixá-los tão preocupados... Então senti um cheiro amadeirado e forte aumentando, era ele, ele estava próximo.
Eu corri para fora, ele saia de uma árvore, apenas com um short.
Ele encontrou meu olhar e corri em sua direção, antes que ele pudesse dar um passo eu já estava em seus braços, ele me ergueu e me rodou.
Depois me colocou de pé e me abraçou, eu o apertava tão forte, tentando matar a saudade.
Ele me beijou e eu o beijei tão descontroladamente apaixonado, era á saudade.
Ele beijou meu rosto, meu pescoço, eu sentia sua respiração descontrolada na minha pele... e me abraçou novamente.
-Oi, Nessie. – ele disse em meu ouvido.
-Oi, Jake. – ofegava
Eu pulei em seu colo e fiquei agarrava á ele, olhando para seu rosto, seus pequenos olhos um pouco puxados, as maças do rosto altas, seu nariz um pouco achatado, seus lábios cheios, sua pele morena, seus músculos, tudo o deixando perfeito, lindo, meu...
Ele estava ansioso, excitado e pegou meu rosto com as mãos fazendo nossos lábios estarem mais uma vez juntos.
Eu o aquecia, ele me aquecia... Juntos matando aos pouco a nossa saudade.

Depois de meia hora, entramos.

-Oi, pessoal. – Jake disse para minha família simpaticamente.

Todos sorriram felizes. Minha lagrimas finalmente haviam cessado.

Hoje eu não quero nem pensar em assuntos que tenham á ver com ir embora, amanhã talvez...
Me lembrei da minha mala jogada na floresta e fui pega-la.
Eu e o Jake fomos para minha casa, para guardar minha mala.

Quando entrei em casa, me senti tão segura, aquecida, confortável.

Deixei a mala no hall e me joguei no sofá fechando os olhos...

Como eu amava minha casa. Inspirei todos os cheiros que estavam ali, o dos meus pais, Alice, meus tios, de Jake...
Jacob se aproximou e deitou em cima de mim se segurando com os braços ao lado da minha cabeça, tentando fazer com que eu não sentisse todo o seu peso. Eu olhei pra ele travessa.
Eu beijei seu ombro, pescoço, mordi a ponta de uma orelha de leve, ele gemeu...
-Te amo. – eu sussurrei em seu ouvido, mas nem tinha percebido que tinha falado em português.
Ele me olhou confuso, eu ri suave.
- Eu te amo. – eu falei normalmente, ele sorriu.
-Eu te amo, Renesmee. – ele sussurrou no meu e começou a me beijar.
Ele se levantou e me pegou no colo, eu me agarrei ao seu pescoço, ele me levou para o quarto.
Quando ele me colocou em pé, o empurrei até a cama, ele caiu de costas apoiado nos cotovelos.
Eu me aproximei lentamente e tirei minha blusa, eu o beijava delicadamente e me afastava de vez em quando, o tentando...

Até ele não agüentar mais e me agarrar, me jogando delicadamente na cama, nossos rostos a centímetros, nós rolávamos nossos corpos um por cima do outro, seu corpo me aquecia, por dentro e por fora, percebi que Jake estava inquieto, ansioso.

Nunca achei que Jacob também teria uma sede, uma sede diferente, uma sede de mim, tinha sede de me possuir, novamente...

Ele passava a mãos nas minhas costas nuas, eu pelos seus músculos contornados. Ele pegou meu cabelo e virou meu pescoço para beijá-lo, eu sentia seus lábios e sua língua me contornarem, minha mandíbula, meu busto... Eu o puxei para cima e prendi minhas pernas em seu quadril.

A segunda vez foi tão boa quando a primeira...

Nós já conhecíamos cada centímetro do corpo um do outro, já sabíamos o que fazer, foi menos preocupante. E por um momento perdi a noção do tempo e do espaço...

Eu estava com o homem que amava embaixo de mim, me amando, me querendo, me sentindo, eu não tinha palavras pra descrever, apenas sentia e amava.

Eu finalmente tinha matado a saudade.

O cheiro de Jacob estava impregnado em mim e o meu nele, não teria maneira de me deixar mais confortável e feliz.

Nós estávamos alinhados na cama, ele com as mãos na nuca, eu deitada em seu peito.

-Jake, acho melhor irmos. – já tinha anoitecido.

- Ah, não se preocupe. Sua família sabe o que estamos fazendo ou fizemos... – ele me olhava malicioso.

Eu fiz uma careta, porque ele não se incomodava com a minha família sabendo das nossas relações sexuais - pessoais?

Ele riu, me deu um beijo na testa e se levantou.

- Tudo bem, vamos para casa de Carlisle. – ele pegou seu short que dessa vez não estava rasgado e se vestiu.

-Ok. – me levantei também e fui para o banheiro.

Tomei um banho rápido, com dó de tirar o cheiro dele de mim e me arrumei, ele me esperava lá em baixo.

Eu peguei sua mão, tranquei a casa e voltamos para a casa de meus avôs.

Ele se transformou em lobo e eu subi em suas costas, nostalgia novamente, era tão surreal, tão familiar. Eu passei a mão em seus pelos longos, marrom-avermelhado.

Quando chegamos, eu desci e acariciei seu enorme focinho, ele me lambeu.

-Ai, Jake... – eu ri


“Foi um beijo...” – ele riu mentalmente, eu revirei os olhos e entreguei seu short, ele pegou com a boca e foi voltar ao normal.
 Depois entramos na casa, a sala estava vazia, eles estavam na sala de música. Meu pai tocava piano e minha mãe o acompanhava com sua voz... Era uma linda melodia.

-Sua mãe canta bem... – elogiou Jacob

Eu fiquei perto da minha família, Jake atrás de mim, seus braços ao redor da minha cintura.

Quando eles acabaram, nós batemos palmas, minha mãe ficou envergonhada.

- Vocês comporão enquanto eu estava fora, né! – afirmei

-Sim. - respondeu Bella- Mas agora, você pode contar o que andou aprontando no Brasil... - ela falava com indirefença.

-Hã...- todos olhavam pra mim ansiosos pela minha história. – Posso deixar pra amanhã, eu to um pouco cansada. – menti.

Jake semicerrou os olhos, como a maioria, mas aceitaram minha desculpa.

Eu estava feliz pelo meu pai não saber da Bianca, amanhã não só ele, mas todos saberiam.
 Jake dormiu agarrado a mim, eu sentia sua respiração no meu pescoço...

Aquilo me deixou tão calma, tranqüila, que eu dormi rápido, pela primeira vez em muito tempo ao lado de Jake.

Quando acordei, sabia que seria um dia de conversa e novamente de decisões... Jake acordou comigo.

-Bom dia, Nessie. – ele bocejou

- Bom dia. – eu esfreguei os olhos.

Nós se arrumamos, Jacob estava com roupas dele em casa.

Eu desci, Jake logo atrás de mim... Meus pais estavam na sala, nos esperando. Eles nos cumprimentaram e fomos para a casa de Carlisle.

Depois de conversa pra lá e pra cá... O verdadeiro assunto chegou.

-Renesmee, agora nos conte... O que aconteceu em São Paulo? – perguntou Rosálie

Estávamos todos na sala, era a hora...

-Bem, aconteceu muita coisa... – eu olhei para Alice, ela me incentivou com um sorriso. – Eu fiz varios amigos e... tem uma amiga minha, que eu... – eu estava enrolando.

-Tudo bem... - sussurrou Alice.

-Eu confio muito nela, e...

-Se não consegue falar nos mostre. – interrompeu Carlisle.

Eu respirei fundo e peguei a mão da minha mãe e a outra do meu pai, mostrei toda a minha conversa com a Bia, sobre nossos segredos, medos... Eles me olharam atordoados, eu me levantei do sofá e fui na direção de Rosálie e Emmet em pé perto da janela, eu peguei a mão de Rose e de meu tio, mostrei tudo novamente, fiz o mesmo processo com Carlisle, Esme, Jasper e Jake que esperava impaciente.

Eu olhei para todos na sala, cada um com uma cara diferente, mas todos preocupados.

-E então? – perguntei apreensiva

-Bem... – eu interrompi meu pai

-Como um pacto, não é? – o lembrei

-Eu creio que sim... – meu pai olhou para Jacob ao meu lado.

-Ela tem razão, ambas tem seus segredos, formando uma aliança. - Jake respondeu

Ouvi a respiração deles ficarem lentas, eles estavam se acalmando.

- Mais alguma surpresa? –perguntou minha mãe.

-Hã... eu... uma vez fui negligente e quase... – suspirei culpada. – machuquei meu amigo. - Alice se pôs ao meu lado.

-Foi quando eu estava lá, na segunda vez, ela foi à festa e tava muito cheio o lugar. Fazia tempo que ela não se alimentava e... a sede quase foi mais forte. – Alice respondeu

Meu pai me olhou assustado, preocupado...

- Que perigo. – ele falou baixinho

- Mais alguma? – perguntou Jake

- Apenas mais uma... – mordi o lábio. – A escola vai fazer uma viagem pra França semana que vem e volta uma semana antes das aulas começarem... E... –

-Você quer ir. – Jake interrompeu.

-Sim... E quando eu chegar eu volto pra cá. - acrescentei

- Bem... – meu pai não sabia o que dizer, talvez ele tenha tido muita surpresa junta.

- Eu não vejo problema. – Alice falou
-Também não. – acrescentou Rosálie - Além de ficar um tempo longe de nós de novo... – eu fiquei ao lado de Rosálie a abracei.

- Criando asas, Nessie? – brincou Emmet.

Rosálie empurrou Emmet.

-Deixa ela voar... – ela respondeu

Meu pai pensava, minha mãe pegou a mão dele.

-Tudo bem... – ela suspirou.

- Tudo bem. Querida, você realmente já sabe se cuidar... Mas tenha as mesmas prevenções de sempre. – ele sorriu, eu concordei.

-E se alimente corretamente. – acrescentou minha mãe.

Eu abracei meu pai e minha mãe.

Percebi que Jake tinha saído, estava na parte de trás da casa. Eu o - segui.

- Jake? – eu perguntei atrás dele.

- Eu achei que teríamos o mês pra nós... – eu ouvia dor em sua voz.

Começou a chover, mas eu não me importei e continuei no lugar, me molhando.

- É rápido... Eu... Eu... – eu não tinha desculpas, estava deixando ele de novo.

Ele veio na minha direção e passou a mão no meu cabelo molhado, colocando minha franja pra trás, afastando meu cabelo do rosto.

Eu olhei para ele, que estava sorrindo.

-O que foi?

-Eu não me importo, sei que teremos muito tempo pela frente, algumas semanas, meses longe, só fará meu amor aumentar... Teremos a eternidade, não temos? – eu balancei a cabeça concordando, mesmo não sabendo o que aconteceria com ele.

Mesmo com o imprint, quando um lobisomem encontra algo equivalente à sua alma gêmea, porém é um pouco mais forte e impossibilita que fiquemos afastados, ele luta contra isso para eu ter, mesmo que temporariamente, uma vida longe dele e a cada vez que me lembro disso mais amo meu lobo.

Ele beijou meu rosto, eu o abracei, seu corpo super quente comparado a chuva gelada que caia sobre nós.

- Te Amo. – eu falei novamente em português, dessa vez ele riu.

- Te Amo. - ele falou com dificuldade, mas falou em português.

E entramos molhados na casa de meu avô.

-Desculpe. – eu falei a ele.

- Deixa de besteira... – Esme veio na minha direção. – Vem vamos pegar uma toalha. Pra você também Jacob. – atenciosa como sempre.

Eu subi as escadas com ela e passei pelos quartos, ate o meu, eu tinha um quarto na casa de meus avôs, de vez em quando eu ficava lá, meus pais também tinham um. Ela pegou duas toalhas, deu uma pra mim e pro Jake. Nos enxugamos o máximo possível e descemos.



“Mesmo tendo a eternidade, vivo cada dia como se fosse o ultimo!”





Gosto? Me fala ai o que achou desse capítulo! Até o proximo...








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