Hoje é Sábado e não
teria passeio. Um dia livre, pra quem quisesse passar o dia todo no hotel ou se
divertindo na incansável Paris.
A Gabi tinha descido
pra toma café e eu estava contando as novidades pra Bia no quarto...
- Então você vai à
festa? – ela me perguntou ansiosa
-Não sei, acho que
não... E o Mike não me convido exatamente...
-Uhum... Eu queria ir
em uma festa de vampiros, deve ser toda chique e elegante. – ela viajava nos
pensamentos, eu estralei os dedos chamando sua atenção.
- Não se esqueça que
eles vão se alimentar... De humanos, vivos.
-Eu sei, eu sei...
Tava só imaginando. – ela argumentou.
-Mas... – eu torci a
boca. – Se o Mike me convidasse acho que iria. Apesar de desprezar por completo
o que eles fazem, mas tenho curiosidade em saber como vai ser.
- Posso te fazer uma
pergunta? – ela me fitava
–Claro... – eu olhei
pra ela confusa
-Você já experimentou
sangue humano?
Eu suspirei.
-Sim. Quando eu era bebê,
eles me alimentavam com sangue humano, de bolsas de sangue, claro. – eu ri sem
humor – mas depois de alguns meses, eu comecei a caçar com a minha família,
brincava muito com o Jake também...
-Você lembra de tudo?
– ela me olhou abismada
-Sim... É um pouco
vago, mas tenho boas lembranças. – eu sorri
-E... – ela baixou a
voz – Não sente falta...? – acho que ela estava com vergonha de perguntar se eu
não queria voltar a provar do sangue humano.
-Pra ser sincera, sim,
mas já estou acostumada. Quem prova do sangue humano nunca esquece...
Ela balançou a cabeça
me compreendendo.
Depois de um tempo
descemos e o pessoal já tinha revolvido que iriam novamente a Torre Eiffel, eu
fiquei meio chateada, pois já tinha ido na noite anterior, mas eu aceitei ir
almoçar lá com eles.
Depois do almoço
ficamos passeando, conhecendo lugares novos, vendo belíssimos jardins...
As luzes começaram a
se acender, o céu estava em um tom rosado e o horizonte alaranjado, quando vi –
a quase- Lua cheia lembrei que tinha que ligar pro Jake.
Estávamos em uma
feirinha, com varias quiosques. Peguei meu celular.
-Vem olha aquela ali!
– a Gabi me puxou junto com a Bia, a Marília e a Fernanda entraram atrás de
nós. Os garotos continuaram andando.
-Olha isso! – a Bia
disse deslumbrada por um par de brincos de estrelas todo entrelaçado.
Eu me desconcentrei da
minha obrigação de ligar pra ele e mandei uma mensagem curta:
Já te ligo!
Nessie
Eu comecei a vasculhar
a lojinha, procurando alguma coisa especial que eu pudesse dar pra Alice, que
tinha pedido.
Vi roupas, coisas pra
cabelo, colares, pulseiras, talvez se eu desse um par de sapatos... mas ela já
tem infinitos pares.
Fui à seção de
brincos, vi cada um mais lindo que o outro, uns mais simples outros mais
detalhados e caros, será que Alice gostaria de brincos? Bem... Ela amaria qualquer
coisa que eu desse pra ela daqui da França, desde de que seja bonito, claro.
Bia notou minha
frustração.
-Compra um perfume!
Ela gosta, quero dizer, usa?
-Hã... Sim. Mas isso
me deu uma idéia. – eu peguei um par de brincos compridos prata, um perfume e
uma bolsa.
Mas que sapatos e
roupas, Alice amava bolsas.
Coloquei o perfume e o
brinco dentro da bolsa e comprei. A vendedora colocou em uma caixa e embrulhou
com um papel prata com estrelas azuis...
Talvez tenha sido cedo
para comprar a lembrançinha que ela tinha pedido, mas se eu visse outra coisa
mais interessante, eu compraria e daria tudo junto, ela amaria mais ainda.
Compre pra mim umas
pulseiras e uma bolsa rosa com preta, uma bolsa que era a cara da Rosálie, um
colar pra Esme, umas blusas pra minha mãe e um perfume que achei muito atraente
pro Jacob, mesmo seu cheiro sendo o mais delicioso que conheço.
A Bia comprou o brinco
de estrelas e as garotas varias outras coisinhas.
Saímos da lojinha para
procurar os meninos, eles estavam sentados em um banco conversando com duas
garotas francesas.
Nós fomos até eles,
quando as garotas foram embora.
-O que estavam
fazendo? – a Gabi perguntou rindo
- Procurando amizades.
– Pedro respondeu
- Sei bem que tipo de
amizade é essa... – ela revirou os olhos.
-Mas como vocês
conseguiram falar com elas? – Marília perguntou.
-Com gestos, algumas
palavras, eu não sou tão ruim na aula de Francês. – respondeu Murilo
-Com certeza você
ficava colando de alguém nas provas... – Gabi caçou.
-Conseguiram pelo
menos o nome delas? – perguntou Bia.
-Mas que isso, os
telefones! – Lucas disse orgulhoso e mostrou uma folha de caderno dobrado ao
meio.
Algumas riram, outras
caçoaram e continuamos andando pela feirinha.
Já era umas seis e
meia, eu tinha que voltar para o hotel encontrar o Mike... Eu bati a mão na
testa, tinha me esquecido de ligar pro Jake, mas daqui a pouco eu ligo, agora tenho
que voltar pro hotel.
- Gente, tenho que
voltar! – eu avisei
-Mas já? Agora que
íamos realmente curtir a noite! – disse Murilo, mexendo o quadril, insinuando
que iria dançar, eu ri.
-Desculpe, mas ta na
hora. – eu acenei pra eles
- Deixa que eu fico
com as suas coisas – a Bia pegou minhas compras, ela sorriu e piscou.
-Não se preocupe eu
deixo tudo no hotel...
-Não tudo bem, vai
logo. – ela me apresava. Eu me afastei.
Quando estava
voltando, no caminho senti um cheiro recentemente familiar, o do Mike, ele
deveria ter passado por ali ou estava por perto, eu tentei segui-lo.
E senti uma rápida
aproximação pelas minhas costas, me virei antes que pudesse me tocar.
-Ah, queria te dar um
susto. – ele fingiu estar decepcionado.
-Nossa! Dar um susto
em um vampiro. – eu levantei uma sobrancelha – Você vai ter muito trabalho pela
frente. – brinquei.
-Mas então... Para onde
irei levar minha turista predileta? – ele sorriu.
-Não faço idéia, à
noite está tão gostosa, vamos andar por ai... Tem algum parque perto daqui, meu
guia particular? – eu ri.
- Você quer dizer
parque de diversões ou parque normal?
-Ah, eu estava falando
de parque normal, mas ir á um parque de diversão ia ser divertido! – eu disse
empolgada.
-Ótimo, é perto daqui!
Ele pegou minha mão e
me levou ao parque...
Tinha muitos sons
diferentes juntos; de gente conversando, músicas, gritos nos brinquedos, gargalhadas,
o barulhos dos trilhos da montanha russa, que era enorme talvez seu ponto mais
alto tenha 15 metros ,
ela era maior atração do parque e ficava no meio.
Tinha um palhaço na
entrada oferecendo balões, eu passei reto, mas o Mike parou e pegou um balão
vermelho, deu uma gorjeta ao palhaço, agradeceu e foi na minha direção.
-Aqui! – ele me
ofereceu o balão carinhosamente. Eu fiquei olhando pra ele, pra ver se ele
realmente estava falando sério – Não quer?
-Claro, só não estava
acreditando que você tava me dando um balão. – eu ri, ele amarrou o cordão do
balão em meu pulso. – A Montanha russa primeiro?
-Pode ser.
E fomos para onde
tinha mais gente, de onde vinha a maior parte dos gritos.
Ele comprou os
ingressos e ficamos na fila.
-Não acredito que vou
a um brinquedo... – ele riu dele mesmo.
-Por quê? – eu tinha
algumas hipóteses.
-Eu fui apenas uma vez
em toda minha vida, em um parque em 1786... – nós estávamos bem próximos e
tinha muito barulho ao nosso redor, ninguém estaria prestando atenção na nossa
conversa. Apesar de vez ou outra, algumas pessoas ficavam olhando para nós, mas
provavelmente era por causa da nossa aparência... incomum.
Eu já tinha ido quatro
vezes á montanhas russas, mas é sempre bom sentir um pouco de adrenalina no
sangue, será que um vampiro senti a mesma coisa que eu sinto? Aquele friozinho
na barriga quando o carrinho despenca... Acho que não.
Depois de dez minutos,
era a nossa vez. Quando sentei – no primeiro vagão – eu prendi o balão debaixo
da minha perna para não escapar.
Senti algo vibrar no
bolso da minha calça, era meu celular, mas não deu para atender, quando fui
pega-lo, as travas de segurança se posicionaram.
Depois de um leve
tranco o carrinho começou a se mover e a subir os 15 metros que vinham pela
frente.
Quando despencou senti
aquele delicioso friozinho na barriga, levantei os braços e sorri tranqüila,
sentindo as rajadas de vento no rosto e ouvindo os intermináveis berros das
pessoas atrás de mim, eu olhei pro Mike ao meu lado, ele ficou rindo as duas
voltas inteiras, às vezes com os braços levantados, às vezes na nuca, se
exibindo.
Quando saímos da
montanha, peguei meu celular para ver quem tinha me ligado e havia mais duas
ligações não atendidas do Jake.
-Quem era? – Mike
perguntou
-Jacob. – respondi meio preocupada.
“Contratempos
são como facas, que nos servem ou nos cortam, conforme as pegamos pelo cabo ou
pela lâmina.”
cade o resto???????
ResponderExcluir