4 de outubro de 2010

9º SÃO PAULO

                

O sol nasceu e se espalhou pelo meu quarto, junto com minha força, meu animo, meu humor e ainda mais meu amor pelo carinha que estava ao meu lado e pela minha estranha e incrível família.
-Está animada? – ele me perguntou sorrindo, mostrando seus perfeitos e lindos dentes brancos.
-Uhum – eu sorri de volta – Eu não sei o que aconteceu, mas agora não estou com tanto medo da despedida, acho que essa minha “viagem” será para melhor e quando voltar estarei muito mais próxima das pessoas que amo. – eu o abracei.
-Como se fosse possível. – ele piscou para mim
-Tudo é possível! – eu argumentei.
O ambiente do quarto estava leve, puro.
Me arrumei, Jake também. Ele levou minhas malas e desceu, enquanto eu observava meu quarto vazio: a grande janela, as cortinas roxas, as paredes brancas, minha cama, meu closet, respirei fundo e sorri.
Desci as escadas devagar. Não tendo idéia se meu tempo no Brasil iria passar rápido ou lento, mas iria vive-lo ao máximo, o melhor possível.
-Oi, amor! – minha mãe, veio na minha direção e me abraçou, tenho certeza que se ela pudesse, estaria chorando.
-Bom dia, mãe. – eu fechei os olhos e me afundei em seus cabelos, sentindo seu delicioso e reconfortante aroma.
Nos afastamos, depois foi meu pai que veio me abraçar.
-Se cuida, Nessie. Qualquer coisa você volta. – ele falava enquanto me abraçava
-Claro. – eu concordei
Jacob estava na porta com minhas malas.
-Vamos para casa de seu avô. Eles estão esperando. – Bella pegou minha mão e me levou para fora
Olhei para a delicada e alegre casa. A minha casa. Cheia de boas lembranças. Isso me fez pensar em Forks, na nossa outra casa, onde eu realmente tive frustrantes e inesquecíveis emoções. Ou na velha casa de Carlisle, onde nasci. Cheia de momentos divertidos e decisivos.
Eu peguei uma mala, Jake ficou com a outra.
Fomos correndo, não havia necessidade de carros.
Minha família já estava do lado de fora. O porsche amarelo de Alice a nossa espera, eu estranhei. Ela iria com seu carro velho?
Não menos valorizado, ela tinha um carinho especial por ele, talvez por Edward ter dado a ela.
Seu atual carro também era um esporte, modelo atual.
-Você vai com o porsche? – eu passei a mão na frente do capo, com a tintura amarela viva, recém-tingida.
-Sim! Queria dá uma voltinha com ele. – ela disse animada
-Já se despediu? – eu perguntei a ela ao lado da porta do motorista, Jasper com o braço em sua cintura
- Claro.- ela afirmou com a cabeça.
Dei minha mala ao Jacob que colocou no carro e fui abraçá-los.
-Se cuida. – disse Rosálie.
-Sempre ligue. – lembrou Esme
-Boa sorte. – desejou Carlisle
-Até logo. – Emmet
Jasper foi me abraçar.
-Cuide da minha pequena, ok?! – ele disse solene.
-E eu cuido dela. – Alice respondeu.
-Claro, Tio. – eu afirmei.
Era a vez de Jake, que estava me olhando, com seus olhos carinhosos, seus braços estendidos e seu sorriso grande e caloroso.
Eu corri e o abracei, me afundei em seu peito quente.
Ele acariciava meu cabelo.
-Até logo, Nessie... Eu te amo. – ele sussurrou em meu ouvido.
-Eu também. – e o beijei apaixonadamente, nada delicado ou cuidadoso, apenas nossos sentimentos á flor da pele. - Até. – eu apertava seu braço.
Eu abracei meus pais novamente. Fui na direção do carro.
-Ei! Espere! – Jake foi até mim e me entregou uma blusa, sua blusa. - Somente uma lembrança. – e depois tocou o pingente em meu punho.
-Obrigada.– nossos lábios se tocaram pela ultima vez
Eu entrei no carro, Alice beijou Jasper e entrou logo depois.
Baixei o vidro e fiquei acenando, minha família acenava de volta enquanto nos distanciávamos rapidamente.
-Vamos rodar um pouco a cidade? -ela me perguntou- Faz tempo que não pego o porsche. – ela passava a mão sentindo o coro e o estofado.
-Claro.- eu concordei.
Quanto mais tempo eu passar em Quilcene, melhor.
Alice passeou em Quilcene, em Port Ludlow, foi ao porto e depois fomos ao aeroporto.
Alice parou o carro.
-O que vai fazer com ele? – eu me referi ao porshe.
-Depois eu ligo para que um de seus tios venha pega-lo. – ela piscou pra mim.
-Claro...
Pegamos as malas e fomos ao embarque. Alice estava tão empolgada quanto eu.
Depois de mais ou menos 4 horas de vôo. Aterrissamos em São Paulo. Tempo: chuvoso, é claro. Apesar de ter sido meio antecipado, sempre conferíamos na previsão do tempo ou na Alice mesmo, se estava propício de ir.
Eu respirei aliviada. Finamente cheguei. Não acredito que cheguei.
Alice pegou minha mão e me dirigiu a um taxi.
Era muito diferente dos taxis que conhecia, era branco no modelo Picasso. Entramos no carro. Acho que provavelmente Alice tenha visto qual era bom, seguro e qual era encrenca.
-Pra onde? – o motorista perguntou
Tia Alice deu as instruções para o hotel que ficava na capital com seu português fluente. Ele acionou o taxímetro.
-Você tem que aprimorar seu português. – ela insistiu.
-Sim. – eu concordei.
Na rua vi gente totalmente agasalhada, mas pra mim não sentia frio nenhum. Vi casas muito grandes e bonitas, vários apartamentos e condomínios.
-Chegamos. – avisou o taxista.
Ele nos ajudou com as malas, estávamos de frente de um belo e sofisticado hotel.
-Obrigada. – eu falei ao motorista, mas não consegui tirar o sotaque.
Alice tinha feitos reservas para nós por três dias, logo iríamos para o nosso apartamento.
Nosso quarto de hotel era grande: duas camas de casal, um banheiro de mármore, uma TV de tela plana, a decoração em um tom bege e dourado, tudo muito charmoso. Não iria reclamar se passasse um ano ali, mas era muito longe do colégio que pretendo estudar.
Combinamos que entraria no último ano, aqui seria o 3º ano.
Estamos no final do mês de janeiro, sendo a época perfeita para começar, pois o ano escolar inicia no começo do ano, diferente dos EUA, em que o ano letivo começa depois das férias de verão, em agosto.
-Amanhã vamos ver se está tudo pronto no nosso ap. – Alice me avisou.
-Ok. – eu disse empolgada.
Ela desceu para o SPA e eu fui dar umas voltas pelo hotel.
Estava de noite e as luzes internas da piscina davam um efeito lindo.
Era Lua Cheia, o céu completamente iluminado. Acho a lua tão linda, tão mágica, tão romântica...
Mudei meus pensamentos para meus futuros colegas de escola.
Estou ansiosa para conhecer-los, espero que não sejam esnobes, já que a escola é de classe alta ou que tenha muitas intrigas, odeio brigas.
Fui ao SPA ver como estava minha tia. Ela estava em um cômodo, todo emadeirado, com muitas velas e luzes coloridas, ela estava no ofurô, com uma toalha perdendo seus cabelos...
-Que gostoso... – eu comentei a ela.
-É relaxante. – ela abriu os olhos – Não é por que temos nossas “exceções”, como não precisar respirar ou nossa pele ser tão resistente quanto mármore, que um ambiente desses não é relaxante. – ela sorriu – Entra aqui! – ela me chamou.
Eu coloquei um biquíni e entrei, o ofurô era bem grande, poderia caber mais duas pessoas.
-Que quentinha... – eu comentei
-Ela está realmente morna. Dessa vez não esta quente pra você, porque a água está gelada. – ela riu.
-Que bom. – eu respondi.
Havia uma música de fundo, era calma de piano, pensei por um segundo em meu pai. Fechei os olhos, ouvindo a melodia, apenas tinha vontade de sorrir e relaxar. Podia me imaginar tocando-a, era simples e bela.
A música tinha mudado e acordei de meu pequeno transe.
Eu fiquei olhando minha Tia, que estava de olhos fechados, qualquer um poderia dizer que ela estava dormindo...
-Alice... – eu a chamei minha voz suave, baixa. – Como você soube que Jasper era a pessoa certa pra você, a sua alma gêmea? – ela abrir os olhos e se aproximou um pouco de mim
-Hum... Desde á primeira vez que o vi! Quando estávamos na floresta, sem rumo, apenas andando, procurando um novo destino... Eu vi nele o que faltava em mim. A parte de mim que nada preenchia... Claro! Que eu era nova no nosso mundo, estava assustada e insegura, mas foi quando eu o vi pela primeira vez, em minha visão, que me senti segura e... completa. – ela sorriu pra mim – E fiquei esperando por ele, já sabendo que era ele quem trazia minha felicidade. Logo depois encontrei a nossa família: Carlisle, Esme, Rosálie, Emmet e seu pai. Jasper me completa e eu o completo.
Um sorriso sereno não queria sair do meu rosto, talvez fosse a musica que tinha ouvido, o aroma das velas ou a parte em que Alice tinha falado que um completava o outro.
Era assim comigo? Eu completo o Jake e ele me completa? Acho que sim...
Mas me sinto tão má, tendo Alice como babá, Jasper deve ficar tão perdido sem ela, como eu estarei sem o Jacob. E infelizmente o sorriso em meu rosto começou a desaparecer.
-Ele vai sentir muito sua falta. – eu disse á ela
Seu rosto, assim como o meu, não tinha mais um sorriso.
-Sim. - ela afirmou
Alice não queria disser o quanto era doloroso ficar longe dele, ela estava se fazendo de forte. E eu odiava aquilo, me detestava.
-Ele deveria vir nos visitar! Não há problema nenhum. – eu a avisei
-Claro! – ela se animou – Ok. –se sacudiu um pouco – Chega de desanimo. Vamos nos divertir, comprar muitas roupas e coisas...
Ela havia mudado de humor.
- Ótimo! – eu respondi
Nossos poucos dias na capital passaram voando, todas as tardes íamos para shoppings ou lojas na rua.
Então o quarto dia em São Paulo amanheceu.
Nos estávamos pronta, dentro do carro que Alice tinha comprado, um civic si, na cor vermelha, lindo.
Íamos para Campinas, onde ficava o nosso apartamento, são mais ou menos 40 minutos da capital ao apartamento, principalmente na velocidade em que Alice dirigia.

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