Já era quase três da manhã e a festa estava na mesma
animação. Ficamos dançando na maior do tempo, as vampiras dançavam de maneira insinuante
e sensual, o Jake teria gostado de me ver dançando daquele jeito...
Muitos vampiros ficaram juntos, como casais, eles se
beijavam calorosamente sem se importar com quem estivesse vendo ou não, vi o
Joseph com três vampiras diferentes. Quase teve uma briga, mas ele e o Mike
interromperam e pediram para que fossem embora. Conheci pessoas muito
interessantes e perigosas, dos 23 vampiros que estavam lá, apenas um tinha
habilidade especial, Thaly da Espanha, ela tem a capacidade de controlar, gerar ou
absorver a energia elétrica, muito legal as coisas que ela fez com umas faiscas
que fazia sair de suas mãos.
Achei meio estranho
ninguem ter reclamado do barulho, mas era muito provavel que alguém tenha
pagado para não haver interrompições.
Eu já estava safisteita e
até mesmo um pouco cansada.
-Mike acho que já está na
hora de ir... – eu o puxei para perto da porta.
-Já? Nem amanhaceu ainda!
– ele riu animado.
-Mas eu tenho que voltar
antes que alguém acorde, você pode me levar de volta?
-Claro.
-Vou só me despedir. – eu
voltei para o centro do barulho e fui na direção da Anne.
-Já vou indo. – e dei um
beijo no rosto dela.
-Já? Bem, espero te ver
logo. – ela sorriu
Eu me distancie e acenei
para o Jospeh á uns três metros da Anne.
O Mike estava me
esperando com sua grande porta de metal aberta... E fomos embora.
No caminho ele me contou
as histórias sobre alguns convidados que estavam lá, chegamos em Paris em menos
de 30 minutos.
Ele parou o carro na
frente do hotel, eu sai e fui a janela do motorista.
-Não era bem uma festa,
foi mais como uma reunião...
-Ah, foi ótimo, me
diverti bastante. Obrigada. – eu dei um sorriso torto.
-Eu que agradeço.- ele
sorriu timidamente e me fitou, olhando em meus olhos. Eu desvie de seu olhar
penetrante e me distanciei.
-Até amanhã?
-Claro. – ele sorriu
animado.
Eu acenei enquanto ele ia
embora e entrei no hotel sem fazer barulho até o quarto.
As garotas estavam
dormindo tranquilamente, eu tirei os sapatos, o vestido, arrumei meu cabelo, passei
água no rosto e me deitei.
Fechei os olhos olhando
para a grande Lua cheia e dormi.
Acordei incomodada com
uma batida de coração acelerado, não era o meu, me levantei e me aproximei da
cama da Gabi ao lado da minha, seu coração estava normal, então me aproximei da
Bia e o som de seu coração disparado aumentou, era o dela. Sua respiração
estava irregular e falhada, eu me ajoelhei ao lado da cama e passei a mão em
sua testa, ela estava gelada e suando.... O que estava acontecendo?
Ela começou a gemer e a
se contorcer como se sentisse muita dor, eu a cachoalhei.
-Bianca, acorda! Acorda!
– eu continuei.
Pouco a pouco ela foi
parando e abriu lentamente os olhos, sua expressão confusa.
-O que aconteceu? – sua
voz fraca
-Você teve um pesadelo,
seu coração estava muito acelerado, tão forte que me acordou! – ela se apoiou
no cotovelo para me ver melhor.
-Sério? Nossa, não me
lembro de muita coisa... Ai...- ela suspirou – Me sinto exausta. – ela esfregou
os olhos – Que horas são?
Nós olhamos para o
relógio em cima da penteadeira á nossa frente, era quase 5 da manhã.
-Vamos voltar a dormir...
– ela bocejou – Obrigada. – dei um beijo na testa dela e ela se deitou.
Eu levantei e olhei para
minha cama, estava com um pouco de sono, mas fui á varanda tomar um ar fesco
primeiro e vi os primeiros raios de Sol nasceram no horizonte.
Quando acordei pela
segunda vez, a Bia não estava no quarto, sua cama estava arrumanada e a Gabi
ainda estava dormindo.
Tomei banho e desci...
Era umas sete e meia e já tinha muito movimento na recepção e no restaurante do
hotel, depois de comer uma fruta, fui procurar a Bia.
Procurei nas escadas, na
piscina, no quarto... Até encontrá-la no pequeno pomar na parte de trás do
hotel, ela estava acariciando as plantas.
-Oi! – eu disse atrás
dela.
-Oi. – sua voz estava
fraca
Eu me aproximei e fiquei
ao seu lado.
-Você se lembrou do
sonho, quero dizer, do pesadelo?
-Sim, a maior parte
dele... – sua expressão estava vazia, séria. – E... queria te pedir uma coisa.
-O que? – eu perguntei
surpresa, ela tirou seu amuleto e observou a pedra de cor violeta.
-Fiquei com ele. – ela me
entregou e o segurou na minha mão.- Pelo menos por um tempo. – seus olhos
transbordavam preocupação.
-O que? Não, não posso,
você me disse que ele é especial e... Você é a protetora dele!
-Por favor... – ela
suplicou e fechou minha mão com o colar. – Não conheço lugar mais seguro do que
se ele ficasse com você. – eu suspirei.
-Tem alguma coisa haver
com seu sonho? – ela concordou
Eu o - coloquei, sua corrente
era maior que a do relicário, fazendo o amuleto ficar uns 4 centimetros a baixo
do pingente, exatamente em cima do meu coração. Ela colocou a mão em cima do
amuleto.
-Que a luz que me protege, a protega também, trasmito o amuleto á ela,
apenas para o bem. – ela disse quase inaldivel.
Quando ela tirou a mão,
vimos que a pedra estava azul, ela sorriu.
-Você está de bom humor,
como foi a festa? – nós se sentamos em umas cadeiras que tinha perto do pomar.
-Foi muito divertido... e
também fiquei sabendo de coisas... – eu coloquei o colar da Bia dentro da
blusa.
-O quê? – aos poucos sua
expresão vazia, ia voltando ao normal.
-O Mike foi casado por
mais de 100 anos com a Meredith e se separaram porque ela matou uma familia e
ele se culpou... – ela arregalou os olhos.
-Hã? Por quê? – eu a
toquei e mostrei toda minha conversa com a Anne. – Nossa, que... injusto?
-Eu também não sei se isso
é perdoavel, ou não. Estou curiosa para conhecê-la... – eu fitei umas rosas do
jardim, imaginando.
-Para tudo á perdão se a
pessoa estiver realmente arrependida, mas na justiça dos homens e da natureza
nada volta atrás. O que foi feito não pode ser refeito, e esse é um dos piores
crimes, os que levam a morte, algo irreversível e inevitável. – ela olhou pra
mim e riu de leve – Claro, que tem exceções... – sua voz estava calma e serena,
ela tinha voltado ao seu estado de espirito normal.
-Bia, você quer conhecer
o Mike? – eu queria mudar de assunto, a morte não era um assunto muito agradável,
não á mim, mas pela Bia.
-Sim, Sim. – ela sorriu
empolgada.
-Ok! Quando eu for vê-lo
ou ele vier me ver, não sei, você vem com agente, acho que não terá problema,
mas... – talvez não seja uma boa ideia, posso estar colocando ele em perigo
caso os Volturi descubram sobre ela e...
-Mas, o quê? – ela
peguntou inquieta.
-Eu posso estar colocando
ele em perigo... – ela me olhou confusa
-Não era eu que corria perigo? – eu ri
-Sim, é que por ele saber
sobre você, você saber dele, ele meio que se torna um cúmplice e todos viramos
culpados.
- Hum... Mas você sempre
falou sobre o pacto e tal...
-Sim, vou perguntar pra
ele o que ele acha.
-Você tem o celular dele?
-Não... – eu mordi o
labio. – Mas o tempo hoje – eu olhei para o céu. – está nublado, acho que posso
vê-lo agora, vamos visitá-lo?
-Agora? Ah... - ela
balançou a cabeça negativamente – Agora não, olha o meu estado. – ela franziu a
testa e olhou para seu moletom cinza com rosa.
-Você está perfeita. – eu
a elogiei.
-Perfeita só se for como
dona de casa! – nós rimos.
Ela levantou e me puxou
para voltarmos ao quarto, demorou um pouco, mais de 1 horas para ficar pronta,
a Gabi perguntou aonde iriamos e eu disse que iamos ver novamente o palácio e
os jardins de Versalhes. Hoje teria excursão, mas era opcional, a Gabi foi
junto com a maioria do pessoal da escola.
Fomos de metrô e chegamos
lá quase ás dez, queria ter ido de carro, de preferência o meu, que saudades
dele.
Já sabia exatamente o
caminho até o apartamento dele, a Bia ficou na recepção do prédio e eu subi
para me certificar que o Mike não estava com alguma companhia.
Era como se eu á
estivesse levando para o território inimigo, não que o Mike seja um inimigo,
mas por ele ser um vampiro e ela humana, é um risco de qualquer jeito...
Bati na porta e depois de
quatro segundos o Mike a-abriu, primeiro me olhou surpreso depois deu um grande
sorriso.
-Que surpresa agradável!
– ele abriu mais a porta, eu sorri e tentei ver atrás dele se tinha alguém. –
Procurando alguém? – ele disse rindo.
-Hum... você está com
visitas ou vai receber alguma? É que minha amiga queria te conhecer, mas... –
eu hesitei.
-Não, o Joseph e a Anne
estão fora, não sei quando iram voltar, mas é provável que amanhã ou á noite. –
ele me observou misterioso.
-Bem... é que minha amiga
é... humana. – eu esperei a reação dele.
-Não estou surpreso, você
é tão diferente que não me assusto com mais nada, digo – ele sorriu – até
agora...
-Se for encomodo, eu vou
embora, não se preocupe, sei que é errado, proibido e contra ás regras, posso
te por em perigo. – as palavras saiam rapidas, sem hesitar, pois já estavam
gravadas na minha memória – Mas ela é especial, diferente...- ele pegou minha
mão.
-Calma, não será problema
nenhum, será um prazer saber a história dela e nada me impediria te conversar
com você. Onde ela está?
-Lá embaixo, posso
chamá-la? – ele concordou e desci correndo as escadas.
Quando voltei, ele estava
no mesmo lugar, praticamente do mesmo jeito que o tinha deixado, a Bia olhava
pra ele fascinada, abriu a boca, mas fechou rapidamente e olhou pra mim.
“Ele é muito gato... e você passando essas noites com ele!” – ela me olhou
maliciosa, eu ri.
Nós se aproximamos.
-Essa é Bianca. – eu á
apresentei.
-Oi... – ela disse
timida, era dificil vê-la envergonhada.
-Prazer em conhecê-la. –
ele assentiu com a cabeça e nos convidou para entrar.
O apartamento estava todo
arrumado, sem a decoração de ontem. Eu olhei pela sala procurando algum
vestígio da festa, mas não encontrei, a Bia olhava encantada para as coisas,
nos sentamos no sofá e ele no outro á nossa frente.
“Amigo é a pessoa
que sabe tudo sobre você,
e ainda assim gosta
de você.”
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