7 de janeiro de 2013

28. IRREVERSÍVEL E INEVITÁVEL





Já era quase três da manhã e a festa estava na mesma animação. Ficamos dançando na maior do tempo, as vampiras dançavam de maneira insinuante e sensual, o Jake teria gostado de me ver dançando daquele jeito...
Muitos vampiros ficaram juntos, como casais, eles se beijavam calorosamente sem se importar com quem estivesse vendo ou não, vi o Joseph com três vampiras diferentes. Quase teve uma briga, mas ele e o Mike interromperam e pediram para que fossem embora. Conheci pessoas muito interessantes e perigosas, dos 23 vampiros que estavam lá, apenas um tinha habilidade especial, Thaly da Espanha, ela tem a capacidade de controlar, gerar ou absorver a energia elétrica, muito legal as coisas que ela fez com umas faiscas que fazia sair de suas mãos.
Achei meio estranho ninguem ter reclamado do barulho, mas era muito provavel que alguém tenha pagado para não haver interrompições.
Eu já estava safisteita e até mesmo um pouco cansada.
-Mike acho que já está na hora de ir... – eu o puxei para perto da porta.
-Já? Nem amanhaceu ainda! – ele riu animado.
-Mas eu tenho que voltar antes que alguém acorde, você pode me levar de volta?
-Claro.
-Vou só me despedir. – eu voltei para o centro do barulho e fui na direção da Anne.
-Já vou indo. – e dei um beijo no rosto dela.
-Já? Bem, espero te ver logo. – ela sorriu
Eu me distancie e acenei para o Jospeh á uns três metros da Anne.
O Mike estava me esperando com sua grande porta de metal aberta... E fomos embora.
No caminho ele me contou as histórias sobre alguns convidados que estavam lá, chegamos em Paris em menos de 30 minutos.
Ele parou o carro na frente do hotel, eu sai e fui a janela do motorista.
-Não era bem uma festa, foi mais como uma reunião...
-Ah, foi ótimo, me diverti bastante. Obrigada. – eu dei um sorriso torto.
-Eu que agradeço.- ele sorriu timidamente e me fitou, olhando em meus olhos. Eu desvie de seu olhar penetrante e me distanciei.
-Até amanhã?
-Claro. – ele sorriu animado.
Eu acenei enquanto ele ia embora e entrei no hotel sem fazer barulho até o quarto.
As garotas estavam dormindo tranquilamente, eu tirei os sapatos, o vestido, arrumei meu cabelo, passei água no rosto e me deitei.
Fechei os olhos olhando para a grande Lua cheia e dormi.

Acordei incomodada com uma batida de coração acelerado, não era o meu, me levantei e me aproximei da cama da Gabi ao lado da minha, seu coração estava normal, então me aproximei da Bia e o som de seu coração disparado aumentou, era o dela. Sua respiração estava irregular e falhada, eu me ajoelhei ao lado da cama e passei a mão em sua testa, ela estava gelada e suando.... O que estava acontecendo?
Ela começou a gemer e a se contorcer como se sentisse muita dor, eu a cachoalhei.
-Bianca, acorda! Acorda! – eu continuei.
Pouco a pouco ela foi parando e abriu lentamente os olhos, sua expressão confusa.
-O que aconteceu? – sua voz fraca
-Você teve um pesadelo, seu coração estava muito acelerado, tão forte que me acordou! – ela se apoiou no cotovelo para me ver melhor.
-Sério? Nossa, não me lembro de muita coisa... Ai...- ela suspirou – Me sinto exausta. – ela esfregou os olhos – Que horas são?
Nós olhamos para o relógio em cima da penteadeira á nossa frente, era quase 5 da manhã.
-Vamos voltar a dormir... – ela bocejou – Obrigada. – dei um beijo na testa dela e ela se deitou.
Eu levantei e olhei para minha cama, estava com um pouco de sono, mas fui á varanda tomar um ar fesco primeiro e vi os primeiros raios de Sol nasceram no horizonte.

Quando acordei pela segunda vez, a Bia não estava no quarto, sua cama estava arrumanada e a Gabi ainda estava dormindo.
Tomei banho e desci... Era umas sete e meia e já tinha muito movimento na recepção e no restaurante do hotel, depois de comer uma fruta, fui procurar a Bia.
Procurei nas escadas, na piscina, no quarto... Até encontrá-la no pequeno pomar na parte de trás do hotel, ela estava acariciando as plantas.
-Oi! – eu disse atrás dela.
-Oi. – sua voz estava fraca
Eu me aproximei e fiquei ao seu lado.
-Você se lembrou do sonho, quero dizer, do pesadelo?
-Sim, a maior parte dele... – sua expressão estava vazia, séria. – E... queria te pedir uma coisa.
-O que? – eu perguntei surpresa, ela tirou seu amuleto e observou a pedra de cor violeta.
-Fiquei com ele. – ela me entregou e o segurou na minha mão.- Pelo menos por um tempo. – seus olhos transbordavam preocupação.
-O que? Não, não posso, você me disse que ele é especial e... Você é a protetora dele!
-Por favor... – ela suplicou e fechou minha mão com o colar. – Não conheço lugar mais seguro do que se ele ficasse com você. – eu suspirei.
-Tem alguma coisa haver com seu sonho? – ela concordou
Eu o - coloquei, sua corrente era maior que a do relicário, fazendo o amuleto ficar uns 4 centimetros a baixo do pingente, exatamente em cima do meu coração. Ela colocou a mão em cima do amuleto.
-Que a luz que me protege, a protega também, trasmito o amuleto á ela, apenas para o bem. – ela disse quase inaldivel.
Quando ela tirou a mão, vimos que a pedra estava azul, ela sorriu.
-Você está de bom humor, como foi a festa? – nós se sentamos em umas cadeiras que tinha perto do pomar.
-Foi muito divertido... e também fiquei sabendo de coisas... – eu coloquei o colar da Bia dentro da blusa.
-O quê? – aos poucos sua expresão vazia, ia voltando ao normal.
-O Mike foi casado por mais de 100 anos com a Meredith e se separaram porque ela matou uma familia e ele se culpou... – ela arregalou os olhos.
-Hã? Por quê? – eu a toquei e mostrei toda minha conversa com a Anne. – Nossa, que... injusto?
-Eu também não sei se isso é perdoavel, ou não. Estou curiosa para conhecê-la... – eu fitei umas rosas do jardim, imaginando.
-Para tudo á perdão se a pessoa estiver realmente arrependida, mas na justiça dos homens e da natureza nada volta atrás. O que foi feito não pode ser refeito, e esse é um dos piores crimes, os que levam a morte, algo irreversível e inevitável. – ela olhou pra mim e riu de leve – Claro, que tem exceções... – sua voz estava calma e serena, ela tinha voltado ao seu estado de espirito normal.
-Bia, você quer conhecer o Mike? – eu queria mudar de assunto, a morte não era um assunto muito agradável, não á mim, mas pela Bia.
-Sim, Sim. – ela sorriu empolgada.
-Ok! Quando eu for vê-lo ou ele vier me ver, não sei, você vem com agente, acho que não terá problema, mas... – talvez não seja uma boa ideia, posso estar colocando ele em perigo caso os Volturi descubram sobre ela e...
-Mas, o quê? – ela peguntou inquieta.
-Eu posso estar colocando ele em perigo... – ela me olhou confusa
-Não era eu que corria perigo? – eu ri
-Sim, é que por ele saber sobre você, você saber dele, ele meio que se torna um cúmplice e todos viramos culpados.
- Hum... Mas você sempre falou sobre o pacto e tal...
-Sim, vou perguntar pra ele o que ele acha.
-Você tem o celular dele?
-Não... – eu mordi o labio. – Mas o tempo hoje – eu olhei para o céu. – está nublado, acho que posso vê-lo agora, vamos visitá-lo?
-Agora? Ah... - ela balançou a cabeça negativamente – Agora não, olha o meu estado. – ela franziu a testa e olhou para seu moletom cinza com rosa.
-Você está perfeita. – eu a elogiei.
-Perfeita só se for como dona de casa! – nós rimos.
Ela levantou e me puxou para voltarmos ao quarto, demorou um pouco, mais de 1 horas para ficar pronta, a Gabi perguntou aonde iriamos e eu disse que iamos ver novamente o palácio e os jardins de Versalhes. Hoje teria excursão, mas era opcional, a Gabi foi junto com a maioria do pessoal da escola.
Fomos de metrô e chegamos lá quase ás dez, queria ter ido de carro, de preferência o meu, que saudades dele.
Já sabia exatamente o caminho até o apartamento dele, a Bia ficou na recepção do prédio e eu subi para me certificar que o Mike não estava com alguma companhia.
Era como se eu á estivesse levando para o território inimigo, não que o Mike seja um inimigo, mas por ele ser um vampiro e ela humana, é um risco de qualquer jeito...
Bati na porta e depois de quatro segundos o Mike a-abriu, primeiro me olhou surpreso depois deu um grande sorriso.
-Que surpresa agradável! – ele abriu mais a porta, eu sorri e tentei ver atrás dele se tinha alguém. – Procurando alguém? – ele disse rindo.
-Hum... você está com visitas ou vai receber alguma? É que minha amiga queria te conhecer, mas... – eu hesitei.
-Não, o Joseph e a Anne estão fora, não sei quando iram voltar, mas é provável que amanhã ou á noite. – ele me observou misterioso.
-Bem... é que minha amiga é... humana. – eu esperei a reação dele.
-Não estou surpreso, você é tão diferente que não me assusto com mais nada, digo – ele sorriu – até agora...
-Se for encomodo, eu vou embora, não se preocupe, sei que é errado, proibido e contra ás regras, posso te por em perigo. – as palavras saiam rapidas, sem hesitar, pois já estavam gravadas na minha memória – Mas ela é especial, diferente...- ele pegou minha mão.
-Calma, não será problema nenhum, será um prazer saber a história dela e nada me impediria te conversar com você. Onde ela está?
-Lá embaixo, posso chamá-la? – ele concordou e desci correndo as escadas.
Quando voltei, ele estava no mesmo lugar, praticamente do mesmo jeito que o tinha deixado, a Bia olhava pra ele fascinada, abriu a boca, mas fechou rapidamente e olhou pra mim.

“Ele é muito gato... e você passando essas noites com ele!” – ela me olhou maliciosa, eu ri.

Nós se aproximamos.
-Essa é Bianca. – eu á apresentei.
-Oi... – ela disse timida, era dificil vê-la envergonhada.
-Prazer em conhecê-la. – ele assentiu com a cabeça e nos convidou para entrar.
O apartamento estava todo arrumado, sem a decoração de ontem. Eu olhei pela sala procurando algum vestígio da festa, mas não encontrei, a Bia olhava encantada para as coisas, nos sentamos no sofá e ele no outro á nossa frente.



  
“Amigo é a pessoa que sabe tudo sobre você,
e ainda assim gosta de você.”

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