Levantamos depois de meia hora, fui tomar banho, coloquei um vestido branco com rosa e penteei o cabelo, depois o Jake entrou no banho me convidando para entrar com ele, eu neguei com dificuldade.
Arrumei o quarto enquanto
ele estava no banheiro; tirei as velas, o vinho e os lençóis, desentortei a
cabeceira da cama, felizmente a única peça de roupa que tive que jogar fora foi
minha blusa, depois de tudo o quarto parecia outro.
Ele saiu do banho com uma
calça jeans escura, eu o dei uma camisa branca, ele se virou e foi quando
percebi que estava com arranhões nas costas.
-Opss... Acho que te
machuquei. – e passei a mão pelas marcas avermelhadas
-O que? – ele virou seu
rosto tentando ver, mas não conseguiu, então desistiu e colocou a camisa. – Eu
nem percebi.
-Acho melhor ficar um bom
tempo usando camisa. – eu argumentei, ele me abraçou.
-Ou não... – ele disse
travesso
-Qual á graça de ver os
outros – Tio Emmet – falando das nossas... relações? - eu o encarei, eu me lembrei
do Mike ou li o pensamente dele – Ah, não! Muito menos com o Mike aqui. – eu o
–censurei, ele deu de ombros – Lembre-se, a mesma conversa de ontem, seja amigável,
meu amigo-seu amigo, do jeito que você é com a minha família, indiferente,
apesar de que demorou anos e ocasiões para você se acostumar com eles. – eu
disse pensativa á ultima frase.
-Certo, certo. – ele
disse presunçoso – Vamos descer, to morrendo de fome. – ele deu um beijo no
rosto e descemos.
Quando chegamos à
cozinha, interrompemos meus pais se beijando, minha mãe se afastou, meu pai
continuando agarrado á ela, rindo.
Nós rimos, eu olhei para
o Jake me lembrando que ele era apaixonado pela minha mãe, o analisei sorrindo
pela felicidade de meus pais, talvez por ser tão completa como á nossa. Ele
encontrou meu olhar e beijou a ponta do meu nariz.
-Então, Bells, o que
temos hoje?
Eu bati nele, ele ergueu
as mãos se defendendo.
-Enquanto você estava
fora, sua mãe cuidou de mim, me desculpe, mas a comida dela é quase tão boa
quanto a sua. – ele riu, ela veio me abraçar.
-Querida, você terá
trabalho em alimentá-lo, um dia tive que fazer comida umas cinco vezes. – ela
riu, Jacob assentiu.
Foi estranho o modo como
ela disse, como se ele fosse/iria ser meu marido. Eu nunca pensei em me casar,
era como se eu já fosse casada com ele, não haveria necessidade para isso,
havia?
Jake nunca pensou em se casar,
disso eu tenho certeza...
-Vamos para casa de meu
avô, quero saber como o Mike está. – eu disse.
-E meu café? – Jacob
perguntou como uma criança sem presente.
-Você toma lá, enquanto
converso com ele. – eu disse e peguei sua mão, mas antes fui abraçar e dar um
beijo no meu pai, que nos observada centrado.
O Mike estava tendo uma
interessante conversa com meus tios.
-Olá, garotos. – eu
disse, o Mike sorriu encantado e fui na direção dele, o abracei e cumprimentei
meus tios.
-Como passou a noite? –
ele me perguntou, enquanto eu me sentava ao lado dele, Jake se sentou em uma
poltrona perto da TV.
“Espero que não tenha quebrado nenhuma casa ontem!” – tio Emmett pensou e conteve um
riso, eu o olhei incrédula.
-Que bom que não disse em
voz alta, tio. – eles me olharam curiosos, tio Emmett riu baixo e voltei ao
Mike.- Bem, e você?
-Seus tios me fizeram
companhia à noite toda, disseram como é interessante morar aqui, as caçadas e
outras coisas. – todos subitamente olharam pro Jake, que franziu a testa.
Então apareceram minhas
lindas tias, Rosálie com seus longos cabelos dourados de lado usando um jeans
preto com uma blusa sofisticada rosa e Alice com seus cabelos negros com as
pontas voltadas para dentro, usava uma saia ate o joelho de veludo dourada e
uma blusa cheia de detalhes branca com renda transparente, combinado perfeitamente,
qualquer um acharia que elas iriam desfilar para alguma grife.
Elas se sentaram ao lado
de seus parceiros.
-Bom dia. – eu disse
animada, Alice me abraçou e Rose deu um beijo na minha bochecha.
Depois chegou meus avós
com meus pais rindo, queria estar á par do assunto.
-Bem, para onde vamos? –
eu perguntei
-Estávamos planejando caçar,
já que faz tempo que você não se alimenta. – meu pai respondeu, olhei para o
Mike concordando.
-Veja se gosta. – eu
disse á ele e peguei sua mão indo para fora, senti as mãos quentes do Jake na
minha barriga, ele me puxou para o lado e tive que soltar a mão do Mike.
-Leste ou Norte? – tio Emmett
perguntou.
-E meu café? – Jacob
perguntou novamente no meu ouvido.
-Os humanos estão em
temporada de caça, vamos para Norte. – tio Jasper respondeu.
-Hum... mas eu queria ver
o vovô, faz tempo que não o vejo, a ida da Bia para ver a avó, me fez pensar em
Charlie. – minha mãe cortou a respiração.
-Tudo bem, mas vamos
caçar ao Norte, depois vamos para Forks, se desejar. – meu pai respondeu
passando o braço pela cintura da minha mãe e eles correram, parecendo flutuar
entre as árvores, em menos de 10 segundos já estavam a 50 metros e eu os perdi
de vista.
-Você pode comer na casa
de Charlie... ou na sua? – eu perguntei ao Jake, ele concordou um pouco
chateado.
-Vamos Mike? – eu disse
animada, ele assentiu.
Jake tirou a camisa, a
calça e me entregou, se transformando...
Mike recuou olhando
arrisco para o grande lobo ao meu lado, que riu mentalmente, eu subi em suas
costas.
-Está é a forma do meu
cachorro. – eu disse bem humorada – Não se preocupe, ele não morde! – Jake deu
um rugido baixo, dei um tapa em sua orelha, ele riu novamente, Mike tentou
relaxar.
-Certo, uma hora terei de
me acostumar. – Mike disse e fomos atrás dos outros.
Eu deitei de bruços em
cima dele, era tão bom sentir seu pelo macio marrom-avermelhado, Mike nos
acompanhava admirando a floresta.
Senti a presença de meu
tio Jasper e Alice á 30
metros a oeste e meus pais á 25 metros ao norte, nós
já estávamos em território de caça.
Eu desci do Jake, que foi
se vestir.
-Bem, você quer tentar ou
eu e o Jake caçamos e você só experimenta?
-Ah, não se incomode, eu
me viro. Vocês sempre dizem que é divertido.
-Sim, é uma maneira de
sermos nós mesmos, sem restrições ou disfarces.
Jake voltou.
-E então?
-Ele vai caçar sozinho. –
eu respondi - Até logo, boa presa! – ele concordou e disparou para o sul.
-Muita fome? – Jacob me
perguntou.
-Mais ou menos, eu tomei
uma... bolsa de sangue á alguns dias. – eu disse apreensiva pela reação dele,
ele me olhou confuso.
-Sério? Do Mike? – eu
concordei – E... gostou?
-Prefiro fresco. – eu
torci a boca e me agachei no chão colocando a palma das mãos na terra, senti
passos muitos fracos, provavelmente de alguém da família, de animais rasteiros
e trotes de um animal de 55 quilos, possivelmente era um cervo á uns 47 metros .
-Achei! – eu disse e
corri na direção do animal.
Dei um pequeno salto e o
agarrei, mordi seu pescoço com pressa, sedenta por seu sangue, ele se debatia
violentamente enquanto o segurava com os braços... Senti que Jacob estava atrás
de mim, encostado em uma árvore me observando, eu limpei aquele liquido vital
da minha boca e olhei pra ele, que me analisava pensativo.
-O que foi? – perguntei
tentada a continuar me alimentando, ele balançou a cabeça como se não fosse
nada, então eu me virei e voltei a me deliciar.
Realmente não havia
comparação entre o sangue “em plástico” e o fresco, o “vivo” é muito melhor,
apesar de que o sangue humano ser inigualável, mais delicioso e tentador.
Quando me senti saciada,
percebi que tinha secado o animal.
-Vamos ver como está seu amigo.
– Jacob disse
-Droga! – eu reclamei
olhando para meu vestido branco que estava sujo de terra na barra e gotas de
sangue na parte de cima, provavelmente quando o animal começou a se debater.
-Fui descuidada. – Jake balançou a cabeça rindo e pegou minha mão, fomos atrás
do Mike.
O cheiro dele era
evidente, o achei sem problemas, ele estava limpando a boca, tinha pego uma
onça, muito difícil de ser encontrada, ainda mais por estarmos no Norte. Em 20
anos só experimente uma vez, mas deve ser muito familiar com o do leão da
montanha que meu pai me oferecia quando era menor.
-E ai, o que achou? – eu
disse me aproximando.
-Bem, eu realmente
liberei meus reais instintos, isso é muito bom, e sem precisar matar humanos. –
eu concordei contente, Jacob olhava indiferente á ele, meio desconfiado.
-Então gostou? Vai ser
vegetariano como nós? – eu perguntei animada com a idéia de converter um
vampiro ao nosso modo de vida.
-É interessante e com
certeza irei sempre que puder, mas estou tão acostumado com meu estilo de vida,
que irei me alimentar de animais só quando viajar.
-Ok. – eu fiquei feliz e
o abracei, Jacob limpou secamente a garganta, nós olhamos para ele e se
afastamos segurando um riso. – Agora vou para Forks, vem com a gente?
-Não sei, haveria algum
problema? – ele perguntou mais diretamente ao Jake, que olhou para mim.
-Acho que não... – eu
pensei, ele assentiu
E fomos para Forks, para
minha velha casa, minha antiga floresta cheia de recordações... Chegamos em
mais ou menos 30 minutos.
-Quantos anos você tem
Jacob? – ele perguntou no caminho.
-Trinta e sete. – ele
respondeu presunçoso.
-Hum... Então realmente
transmorfos não envelhecem...
-Creio que não. – ele
respondeu pensativo, ficamos calados, senti um peso no peito na possível morte
do Jake, já que não sabíamos se ele viveria para sempre, eu apertei a mão dele.
Chegamos a casa de meu
avô, a antiga casa da minha mãe, ela estava reformada e meio diferente. Eu e
Jake entramos, o Mike ficou lá fora.
Charlie sabia que Jacob
era um lobo e que não envelhecia, então não tinha problema e ele sempre ia
comigo visitá-lo.
O cheiro da casa era bom,
de flores, couro e de meu avô.
-Vô? –perguntei, ele
estava na sala vendo TV.
Ele me olhou assustado,
sorriu se levantando e me abraçou, o bigode dele fez cócegas no meu pescoço.
-Como você está linda,
Renesmee, uma mulher feita. – ele disse meio sem fôlego e olhou com ternura
para Jake. – Faz tempo que não vem me visitar Jake, seu pai sempre pergunta por
você. – Jacob sorriu.
-Eu falei com ele semana
passada... – ele resmungou, eu peguei a mão dele, Charlie olhou desconfiado.
-Estão namorando? – seu
olhar incrédulo era engraçado, nós concordamos. Ele balançou a cabeça. – A vida
da voltas, um dia está apaixonado pela minha filha, no outro pela minha neta! –
ele riu de leve, Jake ficou meio sem graça, eu não liguei. O que importa é o
agora.
-Novidades? – perguntei,
ele nos convidou para sentar.
-Bem, o Nick assumiu o
cargo de xerife faz uns anos e Quil finalmente pediu Claire em casamento...
-Ah, sim, fiquei sabendo
pelo Seth. – Jake disse, eu olhei surpresa aos dois
-Que incrível, tenho
certeza que serão muitos felizes. – Quil também era lobo e teve imprinting pela Claire, quando ela tinha dois anos, pensei por
um instante se minha história também terminaria assim.
-E onde está Sue? – Jake
perguntou, meu avô me pareceu envergonhado.
-Na casa de Billy, logo
ela estará aqui com ele. Seth e Leah também...
-Que ótimo, estou louca
para ver o Seth. Já faz o que...Quase dois anos?
-Leah está se dando muito
bem como beta, quando estou fora. – Jake disse
- Que ótimo! Hã... Vô
tenho um amigo lá fora, gostaria de apresentá-lo. – me lembrei do Mike.
“Você não acha que ele atacaria seu avô?” – Jake pensou, eu neguei.
-Oh, que ótimo, mande-o
entrar! Teria arrumado a casa se soubesse que teria visitas. – ele tossiu, eu
me aproximei dele colocando minha mão em suas costas, sentindo sua respiração
falha, seu coração cansado, Charlie estava com 62 anos, mas apesar de sua única
atividade era pescar e ficar conversando com seus velhos amigos, ele estava bem
de saúde.
-Tudo bem? – eu perguntei
preocupada, ele assentiu.
-Desculpe, ando meio
resfriado.
-Vou chamá-lo. – me
afastei e fui para fora.
“É
preciso mergulhar em um mundo desconhecido, para conhecer seu próprio mundo.”
Gostei muito...
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