Hoje é domingo e Alice iria embora... de novo. Eu e a Bia fomos para o apartamento.
Alice estava colocando as malas na sala...
- Já sabe? – eu a testei
- Do que? – ela não sabia
- Eu... contei a verdade a Bia. – Alice me olha confusa
- Que verdade?
- De que somos... vampiros. – Alice arregalou os olhos e veio na minha direção
-Você falou sobre nós... Por quê?
“Reh, ta me ouvindo?” – eu ri alto, era a primeira vez que Bianca tentava falar comigo pelo pensamento “Eu vou contar pra Alice!”
Eu acenei com a cabeça.
-Agora me sinto obrigada a dizer sobre mim... – Bianca interrompeu
Os olhos de Alice ficaram opacos, ela olhava para o nada. Depois voltou. Eu encostei na mão da Bianca, ela olhou pra mim, balancei a cabeça negativamente.
- Não precisa, ela já sabe. – olhei para Alice e a - toquei, mostrando a minha conversa com Bianca. – Como os lobos, seria um pacto, não seria?
-Sim... – Alice estava séria – Vocês confiam muito uma na outra. - nós concordamos... Alice nos abraçou. – Mas e seu pai, os outros?
- Eu queria falar com eles pessoalmente, daqui a alguns meses nas férias...
- Ok... Mas e se ele descobrir? – Alice me perguntou
- Apenas diga que quero explicar meus motivos pessoalmente. E se ele não tiver paciência, tente lembrar-se de tudo o que eu te mostrei. - ela concordou com a cabeça.
Alice foi embora, levando meu medo...
Eu e Bianca estávamos mais próximas do que nunca, contando nossas experiências e situações, contei a ela por que ela poderia correr tanto perigo, falei sobre os Volturi... Ela entendeu minha preocupação.
-O que eu faço com o Léo? – nós estávamos no quarto na republica, ainda não tinha ninguém.
-O que exatamente aconteceu ontem?
-Bem... Eu o beijei. – ela arregalou os olhos, porém não ficou feliz, o quanto imaginei.
- Ai, você quis morde-lo... e... – eu ri, pelo jeito que ela falava como se fosse à coisa mais normal do mundo.
- Sim... E sai correndo. – acrescentei.
-Ah, você fala que agiu por impulso e que ser só quer ser amiga dele... Você quer, né?
-Sim. Apenas amigos. – eu sorri
-Então... Amanhã agente fala com ele. – ela pensou, alegre.
Eu concordei receosa... Ela se levantou e pegou um bolo de cartas.
-Posso fazer uma coisa?
-Pode... – eu não sabia o que ela faria, mas concordei.
Ela se sentou na minha frente, na cama.
-Isso são cartas de tarô. – ela as - embaralhou– Vou fazer um jogo de três, passado, presente e futuro, tudo bem? – eu concordei, ela abriu-as em um leque e me mandou tirar três cartas. – A sua esquerda é seu passado, aquilo que você já sabe, que é verdadeiro. A segunda – ela tocou a carta a minha frente - é o seu presente, que mostra as condições e circunstâncias atuais, e a terceira á sua direita, mostrará o que poderá vir acontecer.
Ela virou à primeira.
- O Julgamento; é uma carta de decisão final, você decidiu sobre algo, passou por momentos difíceis e grandes mudanças aconteceram depois de sua decisão. – eu acenei com cabeça concordando, ela desvirou a segunda- A Justiça: está carta te instrui para agir com honestidade e imparcialidade em qualquer assunto, pode representar um novo relacionamento ou – ela ri de leve – uma notável amizade... pode haver preocupações, mas serão passageiras. – ela respirou fundo e desvirou a ultima. – A Torre: – ela mordeu o lábio – acontecerá algo inesperado, essa carta representa mudanças... surpreendentes e dramáticas, haverá revira-voltas em sua vida. Haverá lições a serem aprendidas... – ela tirou os olhos da carta e olhou pra mim.
-Que legal... E você já fez isso? – ela embaralhava as cartas novamente
-Não...
-Quero ver o que vai dá. – eu a entusiasmei.
-Tudo bem... - ela tirou três cartas e fez o mesmo processo. Desvirou a primeira. – O Louco; um ciclo novo veio para minha vida, que eu devia confiar em minha voz interior, houve desafios, decisões... – ela desvirou a segunda - A Grande Sacerdotisa, eu preciso desenvolver e confiar em meus poderes psíquicos, terei mais sonhos agora e eu devo levá-los á serio. - dava pra ver que ela simplificada o significado da carta e desvirou a última. – O Enforcado, – ela ficou pensativa, olhando para a carta, nem um pouco bonita.
- O que é? – eu interrompi
- Diz que haverá um período de tristeza e sacrifício, algo... complicado estará por vir...
Eu fiquei á observando, aquela carta não era uma coisa boa. Período de tristeza e sacrifícios... O que será que quer dizer?
Eu não dormi essa noite, fiquei na varanda olhando para a lua cheia, pensando no que as cartas de nossos futuros queriam dizer.
Nós se arrumamos para a escola, cumprimentei de relance o pessoal da casa, Bia tomou café como sempre e fomos com o carro de Alice.
O professor passou algumas lições... Eu raramente uso minha habilidade para saber as respostas, eu geralmente já ás sei.
Quando tocou o sinal, meu coração disparou.Eu estava nervosa por ter que falar com o Léo...
Bianca me esperava na porta da sala e me pegou pelo braço... Quando chegamos ao pátio, pude ver onde o Léo estava, encostado na parede. Eu recuei.
-Uma outra hora? – eu perguntei para Bia
- Não. – ela me manteve no lugar. E me empurrou até o Léo.
Ele estava tão envergonhado quanto eu...
Quem dera se minha vergonha fosse apenas pelo fato de tê-lo beijado.
-Oi... – ele falou tímido.
-Oi, Léo... Eu queria explicar o que aconteceu na festa.
“Vá em frente, eu já volto!” Bianca pensou, ela aprendeu rápido como falar comigo... Eu assenti.
-Bem... É que na festa eu estava... – eu não achava as palavras. – Eu cometi um erro, você é um ótimo amigo e... não quero perder sua amizade. – quando terminei de falar, me senti aliviada.
- Tudo bem. – ele olhou para mim. – Eu também não quero perder sua amizade. – e me abraçou, eu fiquei surpresa.
“É uma pena ela não me querer, mas o que mais quero dela, agora, é que ela goste de mim não importe de que jeito.” – eu o abracei mais forte.
Bianca se aproximou e abraçou nós dois...
Tudo voltou o normal -quase- estava melhor!
Quando o intervalo acabou, eu voltei feliz pra sala, conversei com a Camila e fiquei mais próxima da Vivian, da Nicole e de um garoto, Lucas.
Na saída a Bia e o Léo, estavam me esperando, eu sorri e corri na direção deles.
Enquanto conversávamos voltando pra casa, percebi que o Léo e a Bia formavam um belo casal.
Quando o Léo foi embora e eu tive que me despedir com um beijo, não senti aquele súbito medo que achei que teria, aquela sede incontrolável que tinha sentido no Sábado e fiquei ainda mais feliz.
Quando eu a Bianca estávamos sozinhas, eu ficava olhando pra ela, pensando nela e no Léo juntos. Até que ela parou e perguntou.
-Por que você está me olhando com essa cara de... maliciosa?
- Há... Eu só estava pensando... Você e o Léo formam um belo casal, sabia?
Ela me censurou com os olhos...
- Ainda bem que você só pensou!- nós rimos.
Quando chegamos em casa, meu celular tocou.
-Alô.
-Nessie... Você está bem? – era minha mãe
-To ótima. – Bianca foi pra cozinha, almoçar. Eu me sentei no sofá.
- Menina, você me deu um susto quando Alice contou o que aconteceu lá... – Alice tinha contado pra minha mãe?
“Eu tento não guardar segredos da Bella, você sabe!” – Alice falava ao fundo. Desde que ela fugiu para encontrar o Nahuel, as duas não tinham mais segredos, além das festas de aniversário que minha mãe detestava.
- Mas está tudo bem agora... Eu fui negligente em não ter me alimentado direito. - eu estava envergonhada.
-É... Sua tia contou.
-Alice falou de mais alguma coisa? – talvez ela tivesse falado da Bianca.
-Hum... Não, porque tem mais alguma coisa?
- Na-Não. – gaguejei
-Ok... Querida, era só isso mesmo. Nós vemos daqui a alguns meses.
-Sim. – eu pensei animada. – Até, Mãe.
-Te amo, filha.
“Tchau, Nessie!” – gritou Alice ao fundo. Eu ri.
-Tchau. – e desliguei.
Pelo menos ninguém sabia da Bia... Por enquanto.
Os dias, as semanas e os meses passaram...
Tento não pensar, mais a saudade é inevitável.
Tive muitos momentos inesquecíveis com a Bia, a Camila virou uma boa amiga, também tem a Letícia que era amiga da Bia, mas que agora também é muita minha amiga. O Lucas sempre esta comigo, com a Bia, o Léo, e os outros.
Eu e Bia estamos fazendo uma musica, ela me ajudou a comprar um violão e sempre ficamos testando notas e ritmos, compondo letras.
O incidente da festa á fantasia, só aconteceu naquela vez... Eu me alimento a cada 10 dias. É estranho caçar sozinha, mas já me acostumei. A Bia sempre pede pra eu levar ela, mas eu á digo que é perigoso demais.
Toda semana eu ligo pra minha família, no momento Esme e Carlisle estão viajando, mas iram voltar antes das minhas férias, que começará daqui a três semanas.
Eu e Bia estamos no quarto tocando violão.
E eu estava curiosa pra saber, o porque que a Bia nunca contou sobre ela para o Léo, já que eles se conhecem a mais tempo que ela me conhece.
-Bia...
-O que?
- Porque você nunca contou pro Léo sobre você? – ela olhava para o violão.
- Ah... É que ele é muito cético e não acreditaria, eu nunca senti uma necessidade muito grande de contar á ele... – ela colocou o violão de lado.
- Mas você contou pra mim.
-É, mas eu sentia que podia contar com você, fazia pouco tempo que agente se conhecia mais algo me dizia que só me faria bem te contar. – ela sorriu.
- Claro... – eu sussurrei.
- Eu queria ver a Alice de novo, quando ela volta? – ela pegou um livro, eu ainda testava notas.
-Não sei... Talvez ela venha depois das férias, mas... você podia ir comigo pra Quilcene, ia ser muito legal. – eu comecei a ficar empolgada.
Ela fez bico.
-Não vai dá, prometi aos meus pais que voltaria pra São Paulo durante as férias.
- Hum... – como eu também tinha prometido que ficaria o mês em Quilcene.
O telefone da sala tocou, pude ouvir que Lucia tinha atendido...
- Bia, pra você! – Lucia gritou da sala.
Bianca olhou pra mim e deu de ombros. Eu a acompanhei.
Ela pegou o telefone.
- Alô.
“Bia, já falaram pra onde vai se a viagem desse ano...” – era á voz da Letícia.
- É. Pra onde? – perguntou Bia curiosa
“França!!” – Letícia gritou do outro lado da linha.
-França? Nossa, que legal... Quando? - Bianca olhou pra mim empolgada.
“Não sei, não falaram... mais amanhã deve ter um monte de anúncio no colégio.”
- Ok... Então amanhã agente se fala...
-Tá, Tchau. – e desligou.
Bianca me olhava entusiasmada.
-Você ouviu o que ela falou? – Bianca levantou uma sobrancelha.
-Sim... – eu fiz bico, Bianca balançou a cabeça e sorriu.
-Tudo bem... Mas França! Não é demais?! – ela estava empolgada.
-É... Mas o que é essa viajem exatamente? – eu não sabia.
-Todo ano, o 3º ano, viaja pra algum lugar no meio do ano pra outro país, como vai ser esse ano ou pra algum lugar do Brasil mesmo... – ela sorria
-Nossa... Na escola de Quilcene não teve nada disso. – comentei.
Bianca revirou os olhos.
-Mas você sempre viajou com a sua família...
Eu dei de ombros.
- Então só esperar até amanhã, pra saber quando vai ser e o preço... – Bianca estava ansiosa.
De manhã eu fiz o processo de ir para escola de sempre, Bianca também... A Sophia e os garotos já estavam de férias da faculdade, então ficaram em casa.
Quando chegamos na escola, como a Leh tinha dito, o colégio estava com vários anúncios:
Viagem dos 3º Anos para a França
Do dia 11/07 ao 25/07
Falar com a secretaria ou com os professores
- No meio das férias? – pensei
- Hum... Será que é muito caro? Reh, você vai, né? – ela me cutucou
- Hã... Não sei, eu estava querendo ficar toda as minhas férias com minha família... mas... – ela me interrompeu
- Ah, faz o seguinte: Quando as aulas acabarem você vai pra lá, ai depois volta e vai pra França com a gente, depois volta pra Quilcene de novo, certo?
-É uma boa idéia... – mas será que eles iam deixar?
-Oi, Léo. – ela o - chamou
- Oi, garotas. – ele nos cumprimentou e olhou para ao anúncio. - Vocês vão?
-Eu não sei, depende do preço... - Bianca respondeu
- E você, Reh...?
-Ah, eu tenho que pergunta pra minha família.
-Claro. – ele pensou - Bem... Eu não vou poder ir. – olhamos surpresa pra ele.
- Por quê? – perguntamos juntas
- É que é muito caro... E meus pais já falaram que não vão pagar, porque eu já pedi o meu carro. – ele torceu a boca em uma careta.
-E quanto é? – Bianca perguntou
Léo entregou um formulário que ele tinha pegado na secretaria.
- Nossa... Meus pais só poderiam pagar metade. – ela ficou triste. – Não vai dá.
Eu fiquei quieta, pensativa...
O dia hoje na escola foi apenas do assunto da viajem, uns não querendo ir, outros aceitando, a maioria não podia pagar, outros já tinha juntado o dinheiro antes.
Eu tinha o dinheiro, mas o problema era saber se poderia ir.
Quando eu e a Bia chegamos em casa, eu perguntei.
-Bia, se eu for viajar, você vem comigo? – era uma hipótese
- Bem... Eu não posso pagar, tenho só a metade do dinheiro.
-Então... Se eu for eu pago a parte que falta.
Ela me olhou desconfiada.
-Você pode pagar tudo isso e ainda pagar a minha metade?
Eu me aproximei dela e falei em seu ouvido.
-Minha família nunca teve muitas necessidades para usar todo o dinheiro que acumulamos nesses anos... – eu sorri, ela arregalou os olhos
-Verdade... Então “se você for” você paga mesmo pra mim? – eu acenei com a cabeça. Ela me abraçou. – Obrigada, amiga!
- Mas eu não tenho certeza... – eu á lembrei.
- Claro, claro...
“Tudo que é bom, dura o tempo necessário para ser inesquecível.”
Gosto? Me fala ai o que achou desse capítulo! Até o proximo...
otimo como sempre
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