23 de julho de 2012
20. CIDADE DA LUZ
Eu mandei o dinheiro pra Bia em São Paulo, ela ficou eufórica no telefone, quando disse que iríamos pra França.
Essa semana aqui em Quilcene, com a minha família passou tão rápido que quando me dei conta já era à hora de ir embora, pois amanhã eu teria que voltar pra São Paulo a tempo de ir viajar - novamente.
Eu e Jacob aproveitamos como loucos essa semana, fomos para Forks, La Push, eu vi o Billy, Charlie, Sue, a Leah, o Seth...
Nós nadamos no mar, comprei umas lembrançinhas pra Bia e pro Léo.
Eu irei levar de volta apenas uma bagagem de mão, já que minha mala pra França já estava pronta.
Minha família me acompanhou até o aeroporto...
-Eu volto logo. – eu falei a todos
-Não se esqueça dos meus presentes... Mande um oi pra Bia. – me lembrou Alice
-Claro. – eu me aproximei de Jacob.
Colei meus lábios nos dele de um jeito que estava difícil de querer tirar.
- Ate logo, Nessie... – ele estava com um sorriso no rosto, mas não estava me convencendo.
-Até. – sussurrei.
Apesar de que a cada partida, a cada vez eu viajava para longe da minha família seja doloroso, estava feliz, pois ia com a Bianca á França, com a escola...
Quando cheguei a republica, a Bia tava inquieta, empolgada.
Ela me abraçou, um sorriso brilhante não queria sair de seu rosto, do meu também não.
Nós mal dormimos, ficamos conversando a noite toda, também mostrei a ela tudo o que aconteceu em Quilcene.
De manhã deixei o presente do Léo com a Sophia e dei o da Bia, era um colar, com pingente de estrela dourado, ela adorou.
Na escola tinha umas 60 pessoas que iriam viajar, tinha dois ônibus do lado de fora que nos levariam para o aeroporto.
A Bia mostrou a autorização dos pais aos monitores, eu não precisei, pois já sou maior de 18 anos.
Do ônibus até o aeroporto, do aeroporto até o avião tudo foi curtição, zuera e bagunça, se não estivesse sentindo o cheiro de cada aluno, de cada colega e ás vezes fazendo coçar minha garganta, eu me acharia completamente humana.
Eu estava no assento do lado da Bia, estava olhando pra janela e ela estava ouvindo música...
-Já ouviu? – ela me perguntou e colocou um fone no meu ouvido.
Era uma musica em português... Nunca tinha ouvido.
-Não... Qual é?
-Ah, é linda, né... Acho que chama “Palpite”. – ela falou pensativa e deixou um fone comigo.
Aquela musica me lembrou do Jake e às vezes soltava uma risada suave.
Nós tínhamos quatro monitores, que nos levaram para o hotel...
Era tudo tão lindo, arquitetônico, eu vi vários ônibus vermelhos de dois andares, eu com certeza iria em um daqueles.
Já estava de noite, o hotel é perto do Arco do Triunfo que era no fim da rua, no centro de Paris, na frente tinha um restaurante. Era um edifício parisiense típico do século XIX, nós entramos e o monitor nos deu as instruções; terá três pessoas em cada quarto, poderíamos escolher quem seria nossos colegas e fico eu, a Bia e uma colega nossa Gabriela.
Ele nos deu a chave, que era um cartão pra cada uma...
Da recepção ao quarto era tudo bem iluminado, mas lembrando a iluminação de velas e candelabros, uma combinando de tradição e luxo moderno.
No quarto tinha três camas de solteiros, uma varanda, um banheiro, um sofá, armários, tudo bem ajeitadinho, com uns tons de madeira, clássico.
Os olhos da Bia brilhavam, os da Gabi também.
Eu fui até a varanda, estávamos no sexto andar e tínhamos uma vista linda, uma mistura de árvores e prédios.
As meninas ficaram do meu lado, admiradas com o que viam: A Cidade da Luz, Paris.
Eu já tinha me alimentado em Quilcene, então espero não ter nenhum problema.
Dormi tranqüila, com a brisa entrando pela varanda. Eu acordei antes das meninas, me levantei, respirei fundo para enfrentar um dia de descobertas e aprendizados, me arrumei. Quando acabei o banho, elas já estavam de pé.
-Bom dia. – eu disse animada
Elas estavam um pouco sonolentas, mas tentaram ficar animadas com o meu entusiasmo.
Eu ás esperei para descermos e tomar café, uma infinidade de frutas, de pães, sucos... Eu não resisti e comi um pão.
O pessoal da escola estava já todo reunido... Eu não parei de rir das piadas do Murilo, um colega da sala da Gabi.
O monitor dividiu o pessoal da escola em quatro grupos, entramos em um ônibus de turismo, o vermelho que tinha visto.
Primeiro paramos no Museu do Louvre; era gigante, com uma pirâmide de vidro no centro. Ao entrar do chão ao teto era magnífico, dourado, a monitora falou que representava o Deus do Sol da França.
- O Palácio do Louvre foi à sede do governo monárquico francês desde a época dos capetos medievais até o reinado de Luís XIV... – a monitora nos guiava.
A camêra de niguem ficava parava por mais de cinco segundos.
Nós vimos artes decorativas, antiguidades egipcias, gregas, muitas obras de artes, como Monalisa, Pietá de Avignon, a Grande banhista e esculturas lindas, sem contar com as joias da coroa, eu realmente fiquei fascinada.
Depois fomos ao centro George Pompilou, é o lugar onde abriga museos, bibliotecas, teatros, entre outros, era enorme e do seu lado externo tinha grandes tubulações e escadas rolantes.
Almoçamos em um restaurante proximo e voltamos para o hotel.
Agora nós poderiamso andar sozinhos e explorar por conta propria, mas deveriamos voltar as 7 hrs.
Eu e a Bia andamos em um grupo de seis pessoas, eu peguei um guia e exploramos cada ponto turistico, primeiro fomos ao Arco do Triunfo, no final da rua. Napoleão tinha construido aquele monumento em comemoração as vitorias militares. Tem 50 metros de altura e percebi que tinhas varios nomes gravados no Arco, eram de soldados.
Já era seis da tarde e teríamos tempo de ir para mais um lugar, pensamos em ir para a Torre Eiffel, mas achamos melhor deixar para amanhã.
Então ficamos no Quai d' Orsay, que é o nome de uma das margens do Rio Sena, estava ficando escuro e as luzes começaram a acender, da onde estávamos dava para ver a Torre Eiffel, fotos não faltaram naquele momento.
Eu não jantei, mas o pessoal se divertiu com os nomes franceses das comidas.
Liguei pra minha família, pro Jake, e a Bianca falou com o Léo.
Ainda bem que a Bia trouxe o violão, não deu tempo para eu pegar o meu, ela ficou tocando e eu cantei...
Ficamos até tarde acordados, quero dizer, o pessoal ficou acordado ate tarde, quando todos estavam dormindo eu sai pela varanda e fiquei andando pela rua.
O ar tinha um aroma diferente dos que estou acostumada, Paris está diferente desde a ultima vez que eu estive aqui.
Voltei antes de o sol nascer e fiquei na cama ouvindo musica.
Estava o mesmo clima de animação de ontem. A guia hoje iria nos levar a Torre Eiffel, Saint-Chapelle e o Museo d’Orsay.
A torre Eiffel, como esperado era perfeita...
-Inaugurada em 31 de Março de 1889, a Torre Eiffel foi construída para honrar o centenário da Revolução Francesa... Tem 320 metros de altura, construida por Gustave Eiffel... – a guia falava enquanto subiamos.
Na primeira plataforma tinha um belo restaurante, um cineiffel e uma sala, na segunda plataforma, tinha umas lojinhas e um chique restaurante.
Fomos para a ultima plataforma, a Bia fico com um pouco de medo na hora que o elevador estava subindo, mas pra mim há vista estava ficando cada vez mais linda.
A visão de lá de cima é incrivel, da pra ver quase tudo de Paris, com meus olhos eu podia ver facilmente o nosso hotel.
-Quer? – a Gabi me ofereceu um binóculo
-Não, obrigada... – eu podia ver tudo perfeitamente.
Uma vasta visão de campos, árvores, predios modernos e contempôraneos. Podia ver o horizonte... Eu respirei fuindo, me sentindo livre.
-Olha como o Rio fica mais lindo daqui de cima... – falou Bia, um pouco mais segura.
-É... – concordei.
Passamos a manhã toda na Torre, depois como ontem, almoçamos fora e depois fomos ao Saint-Chapelle, uma antiga capela gotica do sec. XIII.
Ela era dividida em dois andares: capela alta destinada a receber as relíquias e capela baixa, reservada para acolher as sepulturas.
As colunas eram muito esguias, todas elas abrem-se como se fossem palmeiras cujas folhas se unem no teto. E se abrem de modo tão harmonioso, tão gradual e perfeito que a pessoa tem uma certa impressão de que estão muito próximas ao teto, no ponto onde se unem.
Têm belos vitrais nas gigantescas janelas, tudo ornamental como a maioria dos monumentos clássicos da França.
Depois fomos ao Museu d’Orsay, próximo ao Rio Sena, era enorme e arquitetônico. Havia muitas esculturas e quadros famosos. O edifico era antigamente uma estação de trem e foi modificava para um museu.
A guia deixou quem quisesse no Pont-Neuf, para seguir sozinho, eu e o pessoal que estava comigo ontem ficamos lá e mais outro grupo de colegas, o resto voltou pro hotel.
A Pont-Neuf foi construída no sec.XVII, era grande e impressionante. Resolvemos apenas ficar andando e tirando fotos, eles estavam cansados e quando voltássemos pra o hotel iriam pra piscina.
A idéia me agradava, quase tanto quando observar Paris.
Depois de uns quarteirões, pegamos um ônibus e voltamos para casa, naquela hora meu francês fluente ajudou muito.
Como planejado quando chegamos lá, o pessoal foi se trocar pra piscina. Eu e a Bia subimos pro quarto... Ela se jogou na cama, me parecendo exausta.
-Você não vai pra piscina? – perguntei
-Ah... Acho que não. Tô morta! Acho que vo toma uma ducha quente e meditar... E você, vai?
-Sim... – sorri
-Você não se cansa? – ela me analisava
-Não.
-Nunca, nunquinha? – ela se sentou na cama.
-Bem, ás vezes é claro, mas não com tanta facilidade como vocês.
Ela fez bico... Eu ri.
Coloquei um biquíni e desci.
Eu nadei tranqüila, observando o céu estrelado, tentado não ligar para meus colegas fazendo bagunça e jogando água, eu me concentrei no céu, na minha respiração...
Acho que estou errando, estou chateando o Jake, ele me ama tanto e eu... Parece que não estou dando o valor que ele merece.
Eu lembrei da vez que beijei o Léo e...
-Reh, vai fica? – perguntou uma colega, eles já estavam subindo.
-Sim... – eu sussurrei enquanto boiava na água.
Ouvi seus passos distanciando, eu continuei olhando fixamente pro céu.
Eu trai o Jake, não trai?
Eu fechei os olhos, tentando me esquecer daquele momento.
Mas eu queria viajar, quero estar aqui, não me arrependo de ter conhecido a Bia, o Léo, o pessoal da republica e as outras pessoas maravilhosas que conheci... Mas por outro lado, eu o deixei, junto às pessoas que me protegem, me amam.
Eu suspirei, minhas lagrimas se misturavam a água da piscina...
É só mais um capitulo, é mais um capitulo da minha vida.
Logo estarei nos braços dele e nunca mais sairei de lá...
Gostou? Me diz o que achou desse capítulo! Até o proximo...
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